Jake Wightman surpreendeu tudo e todos na madrugada desta quarta-feira, ao conquistar a medalha de ouro nos 1500 metros, nos mundiais de atletismo, nos EUA, superando Jakob Ingebrigtsen, campeão olímpico e grande favorito à vitória. Nas transmissões televisivas, o pai do vencedor não conteve a emoção.
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Quando Geoff Wightman começou a carreira como comentador desportivo, o filho, Jake Wightman, tinha apenas dez anos. Na altura, estavam longe de imaginar que, um dia, o pai ia mesmo poder testemunhar e falar sobre uma prova de sonho do filho, que culminaria numa medalha de ouro. Demorou 18 anos, mas aconteceu. E nenhum dos dois queria acreditar.
Na madrugada desta quarta-feira, nos Mundiais de atletismo em Eugene, nos Estados Unidos, Geoff Wightman estava, como é habitual, pronto a comentar as provas, uma delas a de 1500 metros, na qual o filho ia competir e cujo grande favorito era Jakob Ingebrigtsen, que nos últimos Jogos Olímpicos, em Tóquio, tinha conquistado a medalha de ouro. Mas eis que, para espanto de todos, Jake Wightman, com um sprint incrível, deixou o mundo boquiaberto ao vencer a prova e conquistar a primeira medalha de ouro para Inglaterra nos 1500 metros, depois de Steve Cram, em 1983.
Wightman completou a prova em 3.29,23 minutos - um recorde pessoal - deixando para trás o norueguês Ingebrigtsen e o espanhol Mohamed Katir, segundo e terceiro classificados, respetivamente, num pódio totalmente europeu. E, depois de cortar a meta, não escondeu o espanto: "Ó meu Deus... Meu Deus". Mas o atleta não era o único a ficar sem reação e emocionado. Nas bancadas, o pai, Geoff Wightman, não conseguia segurar a felicidade: "É o meu filho!", gritou, pouco antes de ser abraçado pela mulher e não segurar as lágrimas.
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Já com as emoções mais controladas e o filho com a medalha ao pescoço, o comentador desportivo até podia não ter palavras para a conquista do filho mas garantiu, ainda assim, que apesar de tudo tentou ser o mais profissional possível.
"Não consigo mesmo definir o que sinto. No momento, tentei ser profissional e não ser muito parcial mas admito que quando o vi acabar em primeiro fiquei sem voz. Mas também se escondesse as emoções ainda me perguntavam se tinha alguma coisa de errado ou se não tinha sentimentos", disse bem-humorado.
Foi o comentário de uma vida.