<p>Tal como ante a Académica, o F. C. Porto voltou a desperdiçar metade do jogo com o Belenenses, mas desta vez não foi a tempo de emendar a mão. O empate de ontem, sexta-feira, significa que os dragões não irão ganhar terreno no Braga-Benfica.</p>
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Já se sabe que dar 45 minutos de avanço não costuma dar bom resultado para as equipas grandes nos jogos com rivais mais defensivos, mas foi isso que o F. C. Porto fez ontem, exactamente como tinha acontecido no domingo passado. É difícil fugir ao lugar comum de dizer que a primeira parte foi um longo bocejo, tendo em conta a forma lenta e aparentemente despreocupada como a equipa de Jesualdo Ferreira abordou a partida, sem esquecer a natural falta de vontade de atacar do Belenenses, a quem o nulo servia às mil maravilhas.
Nem o facto de saber que a formação do Restelo já tinha empatado a zero com o Sporting, em Alvalade, serviu de alarme aos portistas. Diante da Académica, o primeiro remate só tinha surgido aos 40 minutos e ontem, apesar de Álvaro Pereira ter tentado o disparo logo aos três, o jogo voltou a decorrer praticamente sem oportunidades de golo até ao intervalo. Sem soluções para abrir a muralha azul, mesmo com a presença surpreendente de Farías no onze, o F. C. Porto arrastou-se num futebol previsível, que nem o regresso de Belluschi foi capaz de disfarçar.
Jesualdo terá pensado que, com o jogo empatado, a equipa iria entrar mais agressiva no segundo tempo, mas certamente não contava ficar a perder logo aos 47 minutos. Lima aproveitou bem uma enorme distracção de toda a defesa portista e, na cara de Helton, passou a bola à baliza. De forma inesperada, o F. C. Porto ficava em desvantagem e com uma montanha para escalar no resto do tempo... Já com Falcao e Rodríguez em campo, os dragões aceleraram finalmente e chegaram ao empate em mais um remate certeiro de Farías, ainda com cerca de meia-hora para jogar, mas a verdade é que não foram capazes de dar a volta ao marcador.
Longe da eficácia do início da época, Falcao desperdiçou duas excelentes oportunidades para fazer o golo que seria o da vitória, uma delas quando estava sozinho na área, fazendo então uma recarga disparatada a uma bomba de Rodríguez que Nélson defendeu para a frente. O guarda-redes do Belenenses, que passou grande parte da partida a jogar com o relógio, perante a complacência de Olegário Benquerença - só lhe mostrou o cartão amarelo na recta final do encontro -, contou depois com a sorte para segurar o empate, num cabeceamento de Bruno Alves, que a barra devolveu. O desespero tomou conta do Dragão mesmo no último minuto, quando um disparo de Raul Meireles morreu nas malhas laterais, perante os gritos de golo da multidão, que pensava poder festejar, e o F. C. Porto deitou mesmo fora a possibilidade de apanhar, provisoriamente, Benfica e Braga no comando da Liga. Perante um Belenenses cujo treinador parece perito em fazer bons resultados no Dragão (com o Nacional, vencera, por 4-0, em 2004/05), o empate torna--se ainda mais amargo para os tetracampeões, tendo em conta que os dois líderes se defrontam hoje à noite no Minho...