Endorphin Pro 2 e a revolução das placas de carbono

Nota prévia

Antes de tudo, convém não esquecer que a nossa análise não é científica e baseia-se apenas no puro amadorismo e paixão pela corrida. Vamos ganhando experiência e conhecimento ao longo do tempo e com o teste de vários modelos, mas não nos sobrepomos ao conhecimento científico que existe e que valida toda a tecnologia por detrás do desenvolvimento e análise de calçado e biomecânica.

Algures no final de 2019, apareceu no atletismo uma tecnologia que foi verdadeiramente inovadora no calçado. Falamos pois, da introdução das placas de carbono na entressola da sapatilha.

O que mudou verdadeiramente?

Segundo o especialista em fisiologia, Shalaya Kipp, a placa de carbono é bastante mais leve e a resposta pós-ataque ao solo é superior. Quem já calçou e experimentou diz que é comum a "sensação de impulsão".

Também é verdade que as sapatilhas parecem ser mais rígidas quando usam placa de carbono. Se tentarmos fazer o teste de flexibilidade (empurrar a biqueira para o calcanhar), de uma forma geral todos os modelos não têm uma grande amplitude. Não conseguimos aferir se é algo bom ou mau, mas são diferentes do que é normal em todos os outros modelos de corrida.

Ao abrir a caixa

As sapatilhas têm um design muito apelativo e exuberante. A Saucony muitas vezes é um pouco mal amada pelos esquemas de cores bizarros e que deixam muitos atletas com pouca vontade de as tirar do mostrador. É, como sempre, uma questão de gosto. Mas, por aqui foram consensuais. Gostamos na montra e no pé. Os olhos não correm, mas são vaidosos.

Leve como uma pena, de carbono

São as sapatilhas mais leves que experimentámos até à data. Estamos a falar de 213 gramas na versão masculina. São afinadas ao miligrama. O tecido tem zonas de respiração até ao colar do calcanhar, por isso o pé nunca aquece demasiado. O FORMFIT vê-se bem, com a língua cozida ao topo da entressola, para um ajuste ideal. É de notar que o colar do calcanhar não é rígido. Para os atletas que gostam de sentir a zona do tendão de Aquiles bem reforçada e protegida, pode ser necessário um período de habituação.

Uma curiosidade técnica ainda antes de nos fazermos à estrada é que o polímero da entressola foi redesenhado. A tecnologia PWRRUN PB é feita com um novo composto que aumentou a resposta no amortecimento. Ou seja, após a absorção do impacto no solo, o efeito mola é maior.

Dar corda às sapatilhas

É muito comum o uso da expressão "primeiro estranha-se, depois entranha-se", e no das Endorphin Pro 2, que foi a nossa estreia no universo à base de carbono, o início foi difícil. A biomecânica da corrida é diferente. Nos nossos primeiros testes, nunca exageramos no tempo ou distância do treino. Habitualmente usamos as sapatilhas durante um dia, para que o pé se habitue a uma forma nova. Neste modelo em particular, não aconselhamos isso. Elas estão prontas para correr, usar sapatilhas com amortecimento em carbono para caminhar pode ser um erro biomecânico e até para a carteira, mas falaremos disso mais à frente.

Depois de algum tempo de adaptação, percebemos que este modelo é para dar tudo. Elas são rápidas, tão rápidas que beneficiam não só os atletas de elite como os mais lentos. No nosso caso, não conseguimos tirar o partido máximo que elas potenciam, mas isso deve-se à condição física deste atleta de vão de escada. Ainda assim bateu um recorde pessoal em treino e isso é sempre motivo de regozijo.

São sapatilhas para dias de prova, em que a carne é para ir toda para o grelhador. Aquela corrida tranquila com os amigos em que se vai a conversar, é desaproveitar o potencial das mesmas. Porém, este potencial todo tem um custo. Não são baratas, mas os recordes batem-se quando se controlam todas as variáveis da equação. O treino regular e personalizado, alimentação, reforço muscular fazem praticamente tudo e o equipamento certo potencia essa dedicação.

O produto foi cedido pela marca

Preço médio: 200€