A Federação Sul-Africana do Automobilismo retificou a atribuição de pontos da prova das 9 Horas de Kyalami, fazendo com que o título do SAES (Southern African Endurance Series) fosse entregue aos pilotos João Rebelo Martins, Bruno Campos, Sandro Alves e Marcos Rodrigues da equipa luso-moçambicana "Korridas".
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João Rebelo Martins, piloto de Oliveira de Azeméis, é o primeiro português a viver em Portugal que consegue alcançar um título na África do Sul, prova da capacidade do piloto em se adaptar a novas realidades, mantendo o foco competitivo.
O piloto afirma estar “muito contente", destacando que "este é um prémio para a equipa e também, para toda a comunidade portuguesa e moçambicana que está na África do Sul” que esteve presente nas provas do campeonato, "pessoas de trabalho, emigrantes de várias gerações, que mantém viva a chama portuguesa. Este prémio é para eles”.
Na prova, que João Rebelo Martins, com o terceiro tempo nos treinos cronometrados e o 22º da geral, havia sido retirado da grelha e colocado no pitlane, em cima da hora de partida, com duas justificações contraditórias. Mas mesmo assim, o piloto português depressa se colou ao grande comboio de carros da mais famosa corrida de África e foi subindo na classificação da classe e da geral.
Mas os azares começaram pouco depois da primeira hora de prova de prova, com o VW da Korridas a ficar sem a 2ª velocidade para, hora e meia depois, ficar apenas com a 1ª e 3ª velocidades. A partir desse momento a luta pela vitória na classe estava comprometida e os pilotos rodaram quase seis horas sempre em terceira.
Bruno Campos referiu que “o esforço de se fazer três horas na sexta-feira e nove no sábado, além das sessões de treinos, foi enorme e isso afetou o carro”.
Contudo, não era só a equipa da "Korridas" a ter problemas e a 2,30 horas do fim da prova ocuparam a segunda posição e o sonho do título voltou a crescer.
Sandro Alves, habitual mecânico da equipa teve como prémio participar neste fim-de-semana como piloto, levando o Golf até à linha de meta na quarta posição da classe e permitindo alcançar os pontos necessários para o vice-campeonato.
João Rebelo Martins referiu que “a equipa está toda de parabéns, mostrou ter resiliência, espírito de interajuda e isso foi crescendo ao longo do ano, com muito trabalho e dedicação“.
O piloto de Oliveira de Azeméis acrescentou que “o título não foi perdido aqui, pois desistimos em RedStar e em Zwartkops, as duas primeiras provas do ano, e foi isso que nos impediu de sermos campeões. Num campeonato onde todos os resultados contam, duas provas a zero é muito penalizador. Por isso estou muito satisfeito com o vice-campeonato”.
Sobre a próxima época, o piloto português já afirmou várias vezes que gostaria de continua a competir no SAES (Southern African Endurance Series) , sendo que a primeira corrida será já em Fevereiro, e já está a tentar reunir patrocinadores para abraçar o projeto.