"Excelentes condições de trabalho no campo de treinos, uma unidade hoteleira de grande nível com refeições extraordinárias", foi como Mike Tullberg, de 34 anos, treinador do Borussia Dortmund sub-23, definiu o estágio que a equipa alemã realizou na cidade de Beja.
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A equipa do Dortmund II, como é conhecido o clube da Renânia no Norte/Vestefália, que joga na Liga Regional Oeste (Regionalliga), a 4ª divisão da Bundesliga, chegou à cidade alentejana no passado dia 11, período em que fez dois jogos particulares com as equipas do mesmo escalão do Vitória de Setúbal e União Serpense.
A equipa amarela entrou em campo pela última vez na manhã deste sábado para um treino de corrida, antes de ter seguido para Lisboa, onde embarcará num voo com destino à Alemanha, por volta da meia-noite.
Na hora da despedida Mike Tullberg, disse ao JN que esta semana em Portugal permitiu chegar à uma conclusão positiva: "Queríamos melhorar ao nível tático dentro do nosso sistema 3-5-2. Começámos a trabalhar antes deste campo de treino e continuámos a fazê-lo em Beja. Muitas coisas funcionaram de forma excelente nos dois jogos amistosos, mas defensivamente ainda precisamos melhorar", justificou.
Sobre um regresso a Beja no próximo ano, Tullberg não descartou a hipótese: "Fomos muito bem recebidos. Tivemos muito apoio, nunca nos faltou nada. Esperamos poder voltar".
Colocado perante o facto do retângulo, primeira relva e a caixa de drenagem do estádio do Complexo Fernando Mamede ter sido construído pela mesma empresa alemã que construiu a infraestrutura do Estádio Olímpico de Munique, para os Jogos Olímpicos de 1972, surpreendido Mike Tullberg soltou uma forte gargalha e disse: "Afinal estávamos mais em casa do que pensei", rematou.
Incluído no staff do Borussia de Dortmund estava Carlos Couto, um português de Braga, que está ligado ao clube na observação e prospeção de jogadores e que esteve por detrás da vinda do clube em conjunto com Alfredo Mestre e Ricardo, presidente e diretor do União Serpense. Carlos Couto afirmou-se "deliciado com o tratamento recebido". "Saio de Beja e do Alentejo de peito cheio e feliz", justificou.
Proprietário de um restaurante na Alemanha, Carlos mostrou-se maravilhado com a gastronomia e destacou a "açorda à alentejana", assegurando que "se no silêncio são extraordinários, na comida são divinais", deixando o reconhecimento à Câmara Municipal de Beja pela "disponibilidade 24 horas por dia" e em jeito de despedida atirou: "Auf Wiedersheen und bis zum nahesten Jahr" (Adeus e até para o ano).
Guarda-redes amador do F. C. Serpa no último dia de treino
Depois do dia de folga na quinta-feira, a equipa regressou ao relvado esta sexta-feira, para o último dia de treinos com bola, tendo na sessão da tarde contado com a surpresa da presença de um guarda-redes amador português. Rui Peta, 25 anos, do Futebol Clube de Serpa substituiu o guarda-redes Luca Unbehaun, que se lesionara numa mão.
O jovem serpense não cabia em si contente. "Foi maravilhoso. Eu estava em casa e recebi uma chamada do meu treinador a perguntar se gostava de treinar com o BVB, em Beja. Não pensei duas vezes e de imediato pus-me a caminho", justificou.
Antes de assumir uma posição entre os postes, Peta treinou com os treinadores de guarda-redes Thomas Feldhoff e Lucien Hawryluk, mostrando-se muito feliz com a oportunidade. "Foi uma experiência única e de grande nível. Aprendi muito em pouco tempo. Além de tirar excelentes ensinamentos nunca mais vou esquecer este dia", rematou.
O Ballspiel-Verein Borrusia 1909, identificado no emblema como BVB 09, tem como alcunha "Die Schearzgelben" (Os auri-negros), tem 110 anos de existência, tendo sido fundado no dia 19 de dezembro de 1909, deixou Beja com os olhos e objetivos focados na segunda volta da Regionalliga.