António Silva, presidente da Federação Portuguesa de Natação, faz o balanço dos melhores europeus de sempre de Portugal e justifica as razões que levaram à evolução da modalidade nos últimos anos, esperando que os resultados continuem a melhorar até ao Mundial e aos Jogos Olímpicos.
Corpo do artigo
As medalhas de bronze de Gabriel Lopes, nos 200 metros estilos, e de Diogo Ribeiro, nos 50 metros mariposa, tornaram os Europeus de Roma nos mais bem sucedidos de sempre de Portugal, igualando o registo absoluto de toda a história, que havia sido escrita por Alexandre Yokochi (prata nos 200 m bruços, em 1985) e Alexis Santos (bronze nos 200 m estilos, em 2016). Em conversa com o JN, António Silva, presidente da Federação Portuguesa de Natação, faz o balanço de uma "jornada memorável".
"Estou muito satisfeito, claro, foi uma jornada memorável para a afirmação da natação portuguesa a nível europeu e mundial. E não falo apenas das medalhas, que são sempre importantes, mas do conjunto global de resultados. Recordes nacionais, várias finais atingidas, e uma nova geração de nadadores a nível internacional. Provámos que temos capacidade e talento para atingir os objetivos", afirma o dirigente, que faz questão de partilhar o mérito.
"A Federação sozinha não teria o condão de mudar a realidade. Há uma estratégia, para o período entre 2014 e 2024, com a conjugação de todos os interessados - nadadores, treinadores, clubes e federação. Sabíamos que ia dar resultados mais cedo ou mais tarde", revela António Silva, admitindo que a opção de deslocalizar os locais de treinos e estágios - além do Centro de Alto Rendimento do Jamor, também se trabalha em Rio Maior e Coimbra, entre outros - "foi importante", bem como a aposta no treinador Alberto Silva, que conquistou duas medalhas olímpicas (Cesar Cielo e Thiago Pereira) pelo Brasil.
"Contratámos uma equipa técnica de relevo internacional, que criou campeões mundiais, olímpicos e que, agora, mudou o nosso paradigma, apostando no mesmo modelo, adaptado às nossas circunstâncias. Há um novo espírito e ambiente familiar na seleção", disse.
Coisas bonitas no mundial júnior e o sonho olímpico
O desempenho dos Europeus de Roma abre o apetite para os grandes eventos que se avizinham - os mundiais do próximo ano e os Jogos Olímpicos de Paris 2024 -, mas primeiro é preciso olhar para os mundiais do escalão júnior, que decorrem em Lima, Peru, de 30 de agosto a 4 de setembro.
"Podemos esperar coisas muito bonitas do Diogo Ribeiro [ndr: ainda com 17 anos foi bronze no Europeu] nesse Mundial", refere António Silva, acrescentando: "Nos mundiais, os portugueses podem esperar a evolução dos resultados que, esperamos, culminem numa grande participação olímpica".