Seleção desapontou dentro de campo e perdeu pela primeira vez com o selecionador, que falhou em igualar o registo de 12 vitórias seguidas. Francisco Conceição estreou-se.
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Ao 12.º jogo surgiu a primeira derrota de Roberto Martínez ao leme da seleção nacional. Portugal foi batido pela Eslovénia, por 2-0, naquela que foi uma exibição desapontante e bem abaixo do que a equipa das quinas tinha vindo a fazer com o novo selecionador. O espanhol não conseguiu, assim, igualar o recorde de 12 vitórias seguidas obtidas ao comando da Bélgica no último jogo de preparação antes da lista final de convocados para o Euro 2024.
Roberto Martínez voltou ao esquema de três defesas centrais, juntando Danilo a Gonçalo Inácio e a Pepe. Vitinha foi também novidade no meio campo, a par de Rúben Neves, e Cristiano Ronaldo e João Félix regressaram ao onze português. A seleção nacional teve muita posse de bola na primeira parte e com os laterais bem abertos conseguiu dinâmicas interessantes no centro do terreno, mas a criação de claras oportunidades de golo não aconteceu. Faltou acutilância e alguma irreverência a Portugal e a entrada de CR7 no onze não ajudou muito a equipa. O avançado foi visto muitas vezes no meio campo e tentou algumas fintas e dribles, sem sucesso, que resultaram em várias perdas de bola e na interrupção de lances de ataque.
A precisar de mexer com o jogo, Roberto Martínez descansou Pepe ao intervalo e fez entrar António Silva. O selecionador nacional lançou também Francisco Conceição, a sétima estreia do espanhol ao comando de Portugal. O extremo do F. C. Porto, de forma bem característica, agarrou na bola e foi para cima do adversário, sendo dos mais irreverentes do lado luso.
Mas o desposicionamento defensivo, que já tinha sido visto a espaços ao longo do jogo, fez-se sentir à passagem do minuto 72: Gnezda e Sesko combinaram bem para o primeiro golo da Eslovénia. Pouco depois, João Félix cabeceou ao poste, mas de nada valeu porque a desatenção defensiva portuguesa apareceu outra vez. Elsnik conseguiu enquadrar-se bem com a baliza de Diogo Costa e disparou para o segundo tento dos eslovenos.
A exibição foi desapontante e muito longe daquilo que Portugal fez ao longo de 11 jogos com Roberto Martínez, mesmo com alguns regressos de peso, sobretudo de Cristiano Ronaldo, que até saiu do campo descontente e a protestar com o quarto árbitro. Mas há males que vêm por bem e é da adversidade que surge o crescimento. Mas estas contrariedades não podem aparecer muitas mais vezes, seja na Liga das Nações ou no Europeu. O selecionador ganha novas dores de cabeça e ainda tem muito para pensar antes da convocatória para o Campeonato da Europa, na Alemanha.