A Espanha apurou-se, esta sexta-feira, para as meias-finais do Europeu, ao bater a Alemanha, por 2-1, após prolongamento. "La Roja" discutirá, agora, um lugar na final com o vencedor do Portugal-França, sendo certas as baixas de Dani Carvajal e Robin Le Normand, por castigo.
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O jogo começou com um remate de Espanha ainda dentro do primeiro minuto. Obra do azarado Pedri, que teria de sair ao oitavo, com problemas no joelho esquerdo, ao não recuperar de uma entrada de Kroos ao terceiro minuto. O médio alemão, que pôs fim à carreira neste Europeu, voltou a escapar ao amarelo aos sete minutos, após um pisão a Yamal. Um árbitro mais severo que o inglês Anthony Taylor e Kroos estaria na rua.
Os espanhóis controlaram os primeiros 15 minutos e ameaçaram mesmo o golo por Yamal, que, num livre, atirou intencionalmente rasteiro por baixo da barreira e errou o alvo por pouco.
O sinal mais continou a ser dos espanhóis, mas a seleção alemã conseguiu finalmente algumas saídas rápidas, sobretudo pela direita, com as subidas do lateral Kimmich, já que o promissor Musiala pouco se viu na primeira parte, tal como Sané. O lateral serviu mesmo Havertz para o primeiro remate à baliza de Simón, que, atento, parou o cabeceamento do avançado.
Com uma melhor ocupação dos espaços e a pressionar alto, Espanha conseguiu parar cedo as iniciativas dos alemães, mas depois faltou-lhe dar profunidade ao ataque. Só colocou à prova a atenção de Neuer em remates de fora da área - Laporte, Dani Olmo e Yamal tentaram a sorte - , facilmente parados pelo guardião.
Depois de 45 minutos fracos, Nagelsmann fez duas mexidas ao intervalo, lançando Andrich e Wirtz, enquanto Luís de la Fuente jogou pelo seguro e tirou o amarelado Le Normand.
A segunda parte abriu com a primeira grande oportunidade de golo do jogo, a favor da Espanha. Yamal, servido por Nico Williams, procurou Morata, que consegui rodar e rematar... por cima da barra.
Deixado o aviso, à segunda foi de vez. Yamal foi lançado pela direita e, de forma inteligente, revelando uma maturidade bem superior aos seus 16 anos, descobriu um buraco no meio da defesa alemã, onde surgiu Dani Olmo a rematar de primeira, sem hipótese de defesa para Neuer.
Nagelsmann voltou a mexer em dose dupla, com as entradas de Mittelstadt e Fullkrug - sairam Raum e Gundogan -, a Alemanha meteu mais velocidade e tentou o jogo aéreo, mas a muralha defensiva espanhola manteve-se sólida, apesar de alguns sustos.
Inexplicavelmente, Luis de la Fuente abdicou de Yamal aos 63 minutos e a Alemanha agradeceu, instalou-se no meio-campo espanhol e esteve quase a empatar, com Fullkrug a acertar no poste (77). O selecionador de Espanha sentiu o toque e tirou os avançados Nico Williams e Morata, trocando-os por Merino, um médio, e Oyazabal. Nagelsmann abdicou de um central (Tah) e lançou Muller, no tudo por tudo. O perigo rondou a baliza espanhola num mau pontapé de baliza de Simon, mas o chapéu de Havertz saiu um pouco alto.
Os minutos finais foram de enorme pressão alemã e o jogo aéreo voltou a render frutos perto do apito final, como havia acontecido no empate frente à Suíça. Ao minuto 89, mais uma bola na área, com Kimmich a ganhar nas alturas a Cucurella e Wirtz a rematar de primeira, com a bola a bater ainda no poste. Os alemães acreditaram, encostaram os espanhóis às cordas, mas o jogo foi mesmo para prolongamento.
O jogo continuou intenso, com domínio repartido, pois ambas as seleções continuaram à procura do golo da vitória, mas a única situação de perigo aconteceu à beira do fim dos primeiros 15 minutos extras, mas desta vez o remate de Wirtz saiu ao lado da baliza.
O retomar do jogo trouxe uma bola no braço de Cucurella, a remate de Musiala, mas o árbitro considerou que espanhol tinha o braço junto ao corpo e o VAR ficou em silêncio. A Alemanha continuou por cima e esteve perto de marcar num cabeceamento de Fullkrug, que Simón parou com dificuldade. Mas quem marcou foi Espanha, a um minuto do 120, num dos raros ataques. Dani Olmo descobriu Merino entre os centrais e o cabeceamento deixou Neuer parado. O descontos foram frenéticos. Ferran Torres podia ter acabado com o jogo e Fullkrug podia ter levado tudo para os penáltis.