Presidente da SAD estorilista considera que não existiam condições para o jogo ser retomado depois da invasão de campo e dos confrontos entre adeptos e jogadores canarinhos. "Quem agrediu, ganhou vantagem", disse.
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O presidente da SAD estorilista, Ignacio Beristain, lamentou os confrontos entre adeptos flavienses e os jogadores estorilistas no encontro da 30.ª jornada da Liga, afirmando não aceitar a "vantagem" dada ao Desportivo de Chaves, na sequência dos incidentes, este domingo.
"Lamentavelmente, não estamos aqui para falar de um jogo de futebol, mas pelo que sucedeu no final do jogo, quando adeptos invadiram o relvado e agrediram os nossos jogadores, no campo", começou por afirmar Ignacio Beristain, numa declaração feita aos jornalistas após o duelo entre Desportivo de Chaves e Estoril Praia (2-2), que ficou marcado por invasão de campo e agressões entre adeptos transmontanos e jogadores da equipa da linha no período de compensação.
Depois de largos minutos de paragem e duas expulsões, com os estorilistas Marcelo Carné e Pedro Álvaro a serem admoestados com o cartão vermelho direto, a partida retomou, apesar de os visitantes terem pedido à equipa de arbitragem para suspender o duelo.
"Os nossos jogadores, ao defender-se da agressão, foram expulsos pelo árbitro. Todos os que estávamos aqui, vimos que não havia condições para continuar o jogo, que havia jogadores do Estoril que foram agredidos no relvado, pelo que pedimos ao árbitro para suspender o jogo, mas, como viram, decidiu-se continuar num contexto em que não estava para se jogar futebol e, quem foi agredido, sofreu o prejuízo", acrescentou o responsável canarinho.
Assim, Ignacio Beristain reiterou não poder aceitar a decisão do árbitro Nuno Almeida, afirmando que o Desportivo de Chaves saiu beneficiado desta situação.
"Quem agrediu em Chaves ganhou vantagem. Somos gente do desporto, aceitamos sempre, sempre, os resultados, sabemos ganhar e sabemos perder. Hoje, não posso pedir aos adeptos, aos jogadores que aceitem, o Estoril não pode aceitar o que se passou", concluiu.
Segundo fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Chaves, seis adeptos foram detidos na sequência dos confrontos.
Através de um comunicado, a Liga de Clubes fez saber que "condena de forma veemente os incidentes ocorridos durante o jogo entre o GD Chaves e o Estoril Praia", acrescentando que "exorta os adeptos à adoção de comportamentos responsáveis, condizentes com o espetáculo que deve ser, sempre, um jogo de futebol".
"A Liga Portugal exorta também as autoridades competentes a serem implacáveis com quem, graças a atitudes inadmissíveis, perturbou o normal desenrolar do encontro em questão", conclui a nota.
Já o Desportivo de Chaves apontou o dedo às "sucessivas provocações que Marcelo Carné, guarda-redes do Estoril Praia".
"O Grupo Desportivo de Chaves e a respetiva SAD lamentam profundamente os factos ocorridos no tempo de compensação da partida entre o GD Chaves e o Estoril Praia. Ao longo da nossa história, sempre fomos apologistas do espírito de Fair Play no Desporto e na Vida. Condenamos veementemente tudo o que se passou, que nasceu das sucessivas provocações que Marcelo Carné, guarda-redes do Estoril Praia, fez para os nossos adeptos presentes no Topo Sul. Estamos totalmente disponíveis para colaborar com todas as averiguações das entidades competentes", diz o comunicado.