Stade Brestois e Girona vão disputar a Champions pela primeira vez, enquanto Aston Villa e Bologna estarão de volta após 60 e 41 anos de ausência, respetivamente.
Corpo do artigo
Entre os 36 clubes que vão disputar a próxima, e renovada, edição da Liga dos Campeões, já é certo e sabido que estarão alguns nomes surpreendentes. Uns vão estrear-se na grande competição do futebol europeu, enquanto outros estarão de volta após várias décadas de ausência, num regresso tão triunfal quanto surpreendente e que culminam ressurgimentos mais ou menos improváveis, após anos de crises e de despromoções.
Stade Brestois 29 (França): Mais conhecido como Brest, acabou a liga francesa no terceiro lugar e em 2024/25 vai marcar presença numa competição europeia pela primeira vez. E a estreia será logo pela porta grande. Cinco anos depois de ter sido promovido ao escalão maior do futebol francês, o clube fundado em 1903 conheceu no último domingo o ponto mais alto, sob o comando do treinador Eric Roy, que assumiu os “piratas” em 2023, depois de 12 anos sem treinar qualquer equipa. A ascensão do Stade Brestois 29 é tão inesperada que é praticamente certo que os jogos europeus serão disputados noutro estádio que não o Francis-Le Blé, que não reúne as condições necessárias.
Girona (Espanha): Outro estreante já garantido na Champions, assim resolva os problemas levantados pelo facto de ser uma espécie de clube satélite do Manchester City – o City Group é o acionista maioritário –, é o Girona, que esta época, até certa altura, deu luta aos colossos Real Madrid e Barcelona na liga espanhola. Fundado em 1930, o Girona só alcançou a primeira divisão espanhola em 2017. Dois anos depois, voltou a cair no segundo escalão, conquistando novo regresso à elite em 2022. Dois anos depois, fará a estreia na prova milionária, com o treinador Míchel a ficar na história como o principal protagonista do feito.
Bologna (Itália): Para a equipa-sensação do Calcio nesta época não será uma estreia, mas quase. O Bologna realizou apenas três jogos na Liga dos Campeões/Taça dos Campeões Europeus, todos em 1964 e com a particularidade de terem sido contra o mesmo adversário, o Anderlecht, que acabou por eliminar a equipa italiana no desempate por… moeda ao ar. Apesar de ter sete “scudettos” e duas Taças de Itália no palmarés, o Bologna não ganha qualquer grande troféu desde 1974 e passou por várias crises, andando até algumas épocas nos escalões inferiores. Em setembro de 2022, Thiago Motta foi contratado para o comando técnico, alcançando na época seguinte o regresso histórico do Bologna à Champions.
Aston Villa (Inglaterra): Menos prolongada, mas, ainda assim, considerável foi a ausência do Aston Villa, campeão europeu em 1982, logo no ano de estreia. Os “villans” voltaram a participar na Taça dos Campeões Europeus na época seguinte (1982/83) e desde então nunca mais conseguiram intrometer-se entre os melhores da Europa. Como o Bologna, também passou períodos difíceis, incluindo três anos no Championship, entre 2016 e 2019. Desde o regresso à Premier League, o Aston Villa tem vindo a consolidar-se na elite inglesa, algo que se acentuou com a contratação do treinador Unai Emery. Na época passada, o Villa disputou uma competição europeia (Liga Conferência) pela primeira vez desde 2009 e na próxima temporada estará na Liga dos Campeões, ao fim de mais de quatro décadas, graças ao quarto lugar na liga inglesa.
Estugarda (Alemanha): Inesperado é também o regresso do Estugarda, que terminou a Bundesliga no segundo lugar, atrás do campeão Bayer Leverkusen e à frente do Bayern Munique. Na época passada, por esta altura, o clube estava em sério risco de ser despromovido e apenas garantiu a permanência no playoff com o terceiro classificado do segundo escalão. A acontecer, teria sido a terceira despromoção desde 2016. Não aconteceu e esta época, sob o comando de Sebastian Hoeness, sobrinho de Uli Hoeness, presidente honorário do Bayern Munique, surpreendeu tudo e todos. A última vez que o Estugarda disputou a Liga dos Campeões foi há 14 anos, tendo sido afastado pelo Barcelona nos oitavos de final.
Sturm Graz (Áustria): Pela primeira vez desde 2014, o campeão austríaco não é o Red Bull Salzburgo. A hegemonia foi quebrada pelo Sturm Graz e a proeza valerá ao clube da segunda maior cidade da Áustria, a seguir a Viena, a quarta participação na Liga dos Campeões. As anteriores aconteceram em épocas consecutivas, entre 1998 e 2001, e desde então que o Sturm Graz não participa na fase regular da Champions. Vinte e três anos depois, dá-se o regresso, depois de a equipa de Christian Ilzer somar mais dois pontos do que o Salzburgo no campeonato austríaco.