Falta um dia para Portugal entrar em campo, no grande torneio que se joga em Inglaterra. Qualidade dos adversários e fase de transição na seleção mantêm expectativas controladas.
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O Europeu de futebol feminino, que decorrerá entre 6 e 31 de julho, deu o pontapé de partida da melhor maneira. Na quarta-feira, no jogo de inauguração da 13.ª edição, a anfitriã Inglaterra defrontou a Áustria, em Old Trafford, em Manchester, onde estiveram 68.871 pessoas nas bancadas, um novo recorde da competição. Foi preciso esperar nove anos para novo recorde de assistência num Europeu feminino, depois dos 41.301 espetadores na final da prova em 2013, em Solna, na Suécia, disputada entre Alemanha e Noruega.
Adversários lusos
Após a melhor fase de qualificação da história da equipa das quinas, em que terminou em segundo lugar do Grupo E, com 19 pontos, o conjunto liderado por Francisco Neto caiu no "play-off" contra a Rússia, que foi excluída do Campeonato Europeu, devido ao conflito armado contra a Ucrânia. Por isso Portugal quer "fazer melhor" na segunda participação nesta edição, em Inglaterra, depois da repescagem.
Na fase de grupos Portugal, que está integrado no grupo C, terá como adversários os Países Baixos, atual detentor do título europeu, a Suécia, número 2 do ranking mundial e vice-campeã olímpica, e a Suíça, 20.ª, em teoria a mais acessível para o conjunto português.
Em Inglaterra, Portugal sabe que precisa de começar bem, no jogo de estreia com a Suíça (dia 9) tendo em conta que as dificuldades tendem a aumentar nos dois últimos jogos.
Com todos os jogos da fase de grupos em Leigh, na grande Manchester, a equipa defronta na segunda jornada os Países Baixos (dia 13), na terceira e última jornada, (dia 17) Portugal encontra a Suécia, adversário que já venceu, na Algarve Cup de 2019 (2-1).
Equipa portuguesa
Entre as 27 jogadoras que estiveram no apuramento, até abril de 2021, o selecionador nacional manteve quase todas, numa lista em que saíram a capitã Cláudia Neto, que se retirou da seleção, Mónica Mendes, Ana Capeta, Ana Dias e Ana Leite.
Em contrapartida, entre as 23 escolhidas para a fase final, o treinador promoveu as entradas de Rute Costa, que esteve no Europeu de 2017 e entra como terceira guarda-redes, e pela lateral Lúcia Alves, chamada para substituir a lesionada Mariana Azevedo.
Ao contrário do que aconteceu em 2017, altura da primeira participação, Portugal chega muito mais experiente ao Europeu, devido ao forte crescimento da modalidade no país com a forte aposta de alguns clubes na profissionalização das suas equipas e também no desenvolvimento dos escalões de formação, que tornaram a jogadora portuguesa capaz de discutir os jogos contra qualquer adversário.
Outra diferença é o facto de Portugal não ser a seleção menos cotada em termos de ranking das 16 que marcam presença no Euro 2022. A equipa das quinas ocupa o 30.º lugar, acima da Irlanda do Norte, 47.º, e atrás da Finlândia, 29.ª.
As dificuldades são muitas, mas a capacidade e a vontade para lutar também são. Portugal tem legitimidade para sonhar com a vitória, contudo sempre consciente das dificuldades, que serão muitas pela frente. O objetivo é superar o que foi feito em 2017, sempre com os pés bem assentes na terra.