Encarnados entram de forma enérgica e materializam superioridade com golos de Akturkoglu e Kokçu. Gestão na segunda parte levou a sofrimento desnecessário.
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Os encarnados vivem dias diferentes e ontem tornaram a vencer (2-1), desta vez o Estrela Vermelha, em Belgrado, no arranque da renovada Liga dos Campeões. Um triunfo justo – 40 anos depois de uma derrota no mesmo palco – e muito assente num exército de magia turca por força dos golos de Akturkoglu e Koçu. O Benfica entrou com ambição, espírito guerreiro e materializou a vantagem nessa fase, mas não se deu tão bem no papel de gestor, já que não controlou o adversário e muito menos o resultado. Permitiu um golo perto do fim e acabou a batalha num sofrimento e risco desnecessários.
Apesar do sobressalto final, nota-se que há uma nova energia, velocidade e intensidade nas ações da equipa. Pode ainda não haver uma sintonia total com a estratégia do novo treinador, mas a vontade e ambição de cumprir estão lá. Os processos ainda não saem com perfeição de um modelo de fábrica, mas vê-se alegria, confiança e muita felicidade.
Bruno Lage tinha pedido ambição e cultura de vitória e os encarnados corresponderam ao desejo com uma entrada forte. A equipa surgiu de forma enérgica, pressionante e faturou cedo, num lance de ação coletiva, entre Di María, Bah e Akturkoglu. O turco voltou a ser o primeiro a marcar como frente ao Santa Clara.
Os sérvios reagiram, apoiados por um público fervoroso e os encarnados sofreram um pouco. Krunic e Olayinka ameaçaram, mas houve solidariedade defensiva e um novo golpe de inspiração turca.
Kokçu ampliou a diferença na execução de um livre direto. O reforço da liderança concedeu tranquilidade à equipa que geriu a posição até ao intervalo. Num momento de infortúnio, Bah lesionou-se e permitiu a estreia a Kaboré. No reatamento, as águias não mostraram a mesma vivacidade e deixaram os sérvios crescer. Com o Benfica a perder espaço e numa posição contemplativa, Bruno Lage chamou Aursnes para dar corpo à luta no meio campo e pediu a Akturkoglu para ajudar Kaboré a estancar o flanco, onde Di María era permissivo e os sérvios ativos.
As mudanças permitiram esvaziar um pouco do fulgor adversário. O Benfica conseguiu voltar a ameaçar no contra-ataque. Kokçu falhou no momento do passe decisivo e Di María visou a baliza.
A fase de maior assédio sérvio parecia ter passado, mas um deslize na zona central permitiu a Milson marcar. Akturkoklu ainda atirou ao poste, mas o Benfica terminou num sofrimento desnecessário.