Pela terceira vez, um clube da terceira divisão estará na final da Taça. Arminia procura primeiro troféu e recupera algum orgulho depois de duas despromoções consecutivas.
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Há teorias da conspiração que alguns não se importariam que fossem verdade. Exemplo: para o Bayer Leverkusen tudo seria diferente se uma brincadeira inventada por Achim Held num dormitório da Universidade de Kiel, há cerca de 30 anos, fosse realidade. Nesse caso, a cidade de Bielefeld não existiria, o Arminia também não e assim o atual campeão alemão não teria caído nas meias-finais da Taça da Alemanha. Pelo menos, não contra os “arminen”, cuja existência não tem sido famosa nos últimos anos. Sim, eles, e a cidade, existem mesmo e serão a primeira equipa da terceira divisão a disputar a final da DFB Pokal desde 2001, recuperando parte do orgulho perdido com as duas despromoções consecutivas desde 2022, ano em que competiam na Bundesliga.
Houve quem caísse na esparrela de Held e a teoria que punha em causa Bielefeld ganhou contornos extravagantes, primeiro nos confins da Internet, depois mais à vista de todos. Há poucos meses, a Conspiração de Bielefeld até mereceu uma reportagem da National Geographic. Agora lá vem ela de novo, desta vez para ser desmentida com toda a força. É que em Bielefeld mora a equipa protagonista de uma história que já é memorável e que ainda pode tornar-se mais inesquecível. Para isso, o Arminia tem que fazer o que Energie Cottbus e Union Berlim não conseguiram em 1997 e 2001, respetivamente, e tornar-se na primeira equipa fora das duas primeiras divisões do futebol germânico a conquistar a Taça da Alemanha.
A vitória sobre o Leverkusen (2-1) foi descrita na página oficial do Arminia Bielefeld como “os 90 minutos mais sensacionais da história do clube” que, a 24 de maio, em Berlim, disputará a primeira final de sempre, na qual terá pela frente outro adversário da Bundesliga. Nada que atrapalhe a equipa de Michél Kniat que vai lutar pelo troféu depois de eliminar quatro rivais do grande campeonato alemão (Werder Bremen, Freiburgo, Union Berlim e Leverkusen) e mais um da 2.ª Divisão (Hannover). Curiosamente, este feito chega numa altura de menor fulgor do Arminia, que em dois anos passou da Bundesliga para o terceiro escalão. A redenção está aí e pode valer ainda uma taça e um apuramento para as competições europeias, para além de um prémio financeiro de 12 milhões de euros. É a realidade a superar a ficção.
