F. C. Porto e Boavista defrontam-se este sábado no Dragão, na 143.ª edição de um dérbi com muita história. Ambos vêm de resultados negativos e este jogo é uma boa oportunidade de redenção.
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Mesmo sem o sal e a pimenta de outros tempos, aqueles em que as duas equipas lutavam taco a taco pelos primeiros lugares do campeonato, um F. C. Porto-Boavista é sempre especial, tal a rivalidade entre os adeptos e a alta intensidade que os jogadores costumam colocar em campo. O de amanhã não deve fugir a essa regra, tendo a particularidade de pôr em confronto duas equipas que vêm de maus resultados: os dragões chegam ao dérbi após a derrota nos Açores, que ditou o adeus à Taça da Liga, enquanto as panteras somam seis jogos sem vencer, após o empate a zero em casa com o Belenenses SAD, último classificado da Liga.
"É uma partida que qualquer jogador gosta de jogar e que os adeptos querem muito ganhar. Os níveis de motivação aumentam, sobretudo do lado do Boavista. No F. C. Porto, já se sabe que todos os jogos são para ganhar. Essa pressão e exigência são constantes", diz, ao JN, Diogo Valente, jogador do Salgueiros, que no início da carreira representou panteras e dragões. O atacante, agora com 37 anos, tinha 22 quando se estreou no onze do Boavista, precisamente no Dragão, naquele que continua a ser o único triunfo dos axadrezados no atual estádio do F. C. Porto, na época de 2004/05.
"Foi um jogo marcante, para mim e para o Boavista. Fiz a estreia a titular na Liga, logo diante de um grande, e conseguimos uma vitória surpreendente, com um golo do Cafú ao Vítor Baía, aos 93 minutos. É uma grande recordação", refere Diogo Valente, lembrando que foram as duas épocas de alto nível no Bessa que o catapultaram para o F. C. Porto, em 2006: "No Dragão, as coisas não me correram como eu queria. Fui aposta de um treinador [Co Adriaanse] que foi despedido antes de começar a época, mas isso são outras histórias".
No embate de amanhã, o esquerdino perspetiva dificuldades para os portistas, apesar do mau momento do rival, por fatores externos à equipa: "Não será um jogo fácil para o F. C. Porto, apesar da força que sempre tem em casa. O Boavista vai jogar com muita energia".
Wendell continua fora de jogo
O penúltimo treino do plantel portista antes do jogo com o Boavista não trouxe alterações no boletim clínico. Wendell continua a ser a única baixa na equipa, que se prepara para fazer três jogos em oito dias. Após o dérbi, joga em Milão e volta aos Açores para defrontar o Santa Clara.
Solidariedade junto ao Dragão
Antes do dérbi portuense de amanhã, o Dragão vai acolher o Peditório Anual da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Os voluntários da ação de solidariedade, habitual nesta época do ano, irão recolher donativos junto ao estádio, a partir das 15 horas.
Três dérbis para a história
F. C. Porto - Boavista 3-2 (26/04/1998)
A quatro jornadas do fim do campeonato, os portistas receberam as panteras nas Antas, sabendo que uma vitória selaria a conquista de um tetra inédito na história do clube. Sérgio Conceição marcou pelos dragões.
F. C. Porto - Boavista 0-1 (20/11/2004)
A única vitória do Boavista no Dragão foi conquistada há 17 anos, num jogo em que o resultado foi selado com um golo de Cafu, em tempo de descontos. Os portistas dominaram, mas não acertaram na baliza.
F. C. Porto - Boavista 2-2 (13/02/2021)
Com o Dragão vazio devido à pandemia, o último dérbi teve emoção. O Boavista esteve a vencer 2-0, mas o F. C. Porto empatou. Nos minutos finais, Sérgio Oliveira falhou um penálti e o VAR anulou um golo aos portistas.
