Casa Pia esteve a ganhar e deixou a pele em campo, mas a reviravolta portista consumou-se nos descontos. Cenas quentes depois do apito final, com Sérgio Conceição de cabeça perdida.
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Pela enésima vez neste campeonato, o F. C. Porto arrancou uma vitória a ferros, neste caso a sétima consecutiva na prova, que mantém a equipa de Sérgio Conceição viva na luta pelo título, embora com hipóteses reduzidíssimas de chegar ao primeiro lugar. Com bom futebol e muito antijogo à mistura, o Casa Pia foi ao Dragão fazer a melhor exibição das últimas (largas) semanas e não ficou longe de voltar a tirar pontos aos portistas. Os lisboetas chegaram ao intervalo a ganhar, mas o coração azul e branco apareceu na segunda parte, a tempo de consumar a reviravolta.
Não foi só esse o problema, mas, sem Otávio, castigado, o jogo do F. C. Porto não é o mesmo e isso notou-se de forma gritante. No primeiro tempo, os dragões não conseguiram romper a boa organização do Casa Pia, várias vezes capaz de sair com veneno para o ataque. Depois de o supersónico Godwin falhar duas oportunidades, o golo visitante surgiu mesmo em cima do intervalo, cortesia de Evanilson, que desviou a bola para a própria baliza, de forma quase impensável, num livre lateral aparentemente inofensivo.
O resultado deixava o título desde já nas mãos do Benfica, mas o F. C. Porto não quis atirar a toalha. Após nova entrada sonolenta na segunda parte, Conceição arriscou com a saída de um central (Fábio Cardoso) para a entrada de um atacante (Veron) e o impacto do brasileiro foi imediato. Dois minutos depois de saltar para o relvado, o ex-Palmeiras insistiu duas vezes numa jogada que parecia perdida e serviu Taremi para o 1-1.
Antes de se dedicar em exclusivo à perda de tempo (neste particular, o guarda-redes Ricardo Batista deu demasiado nas vistas), o Casa Pia ameaçou silenciar de novo o Dragão, esbarrando em Diogo Costa. A reta final da partida foi de sentido único, com uma série de lances em que a bola não entrou na baliza visitante quase por milagre, mas os descontos trouxeram a felicidade ao F. C. Porto. Do banco veio o "jackpot", com Toni Martínez a servir Namaso para o golo da vitória.