Os três grandes viram a massa salarial com pessoal crescer no segundo semestre do último ano, em comparação com o período homólogo. Subida mais significativa aconteceu no F. C. Porto, explicada em larga medida pelo pagamento de prémios de rendimento desportivo.
Corpo do artigo
Em comparação com o mesmo período em 2021, as SAD de Benfica, F. C. Porto e Sporting viram os custos das respetivas massas salariais crescer no espaço de um ano.
Os relatórios enviados à CMVM, referentes ao segundo semestre de 2022, no período compreendido entre 1 de julho e 31 de dezembro, evidenciam que são as águias quem gastam mais em salários de jogadores, treinadores e restantes colaboradores, mas é no F. C. Porto que se regista a maior subida nas remunerações com pessoal.
No espaço de um ano, os custos da SAD azul e branca nesta matéria aumentaram em 12,261 milhões de euros, passando de 38,8 milhões para 51 milhões de euros.
Os encargos com os ordenados de atletas e técnicos atingiram os 34,9 milhões de euros em dezembro de 2022, quando um ano antes se ficavam pelos 27,7 milhões de euros.
No documento enviado pela administração portista à entidade reguladora é explicado que "a atribuição de um prémio de acesso à UEFA Champions League 2022/2023 na qualidade de campeões nacionais" e "os prémios pela performance desportiva da equipa na fase de grupos da prova europeia assim como pela conquista da Supertaça Cândido de Oliveira" estão na base desta subida.
Outro valor que salta à vista no relatório portista é o que está inscrito na rubrica "Indemnizações", que no espaço de um ano cresceu de 68,9 mil euros para 2,1 milhões de euros.
Nos casos de Benfica e Sporting, o aumento das remunerações com pessoal é bem menos expressivo.
As águias passaram de 59 milhões para 60 milhões de euros, tendo até baixado o total relativo a salários de jogadores, treinadores e restantes colaboradores, de 42,9 milhões de euros para 41,7 milhões.
Quanto à SAD sportinguista viu a massa salarial com pessoal crescer em cerca de 600 mil euros no espaço de um ano, passando de 37,7 milhões de euros para 38,2 milhões.
"O aumento dos gastos com o pessoal decorre, essencialmente, de dois efeitos contrários: o aumento das remunerações a pagar ao pessoal, o que inclui renovações de jogadores, treinadores e atualizações salariais a colaboradores; e o decréscimo dos prémios de desempenho e performance (de 5,5 milhões para 2,9 milhões de euros), essencialmente, porque no período homólogo ocorreu o efeito parcial do prémio de campeão nacional do ano anterior", explica a SAD do Sporting no último relatório semestral.
Órgãos sociais dos três grandes sobem remunerações
Também no campo das remunerações dos órgãos sociais se vê uma evolução positiva entre o último semestre de 2021 e o do ano passado nos três grandes do futebol português.
No caso do F. C. Porto o aumento é novamente significativo, passando de 1,1 milhões de euros para 2,9 milhões no último semestre.
Uma realidade bem distinta da de Benfica e Sporting, que registam valores mais modestos.
As águias passaram de 270 para 393 mil euros em remunerações fixas com os órgãos sociais, valor ao qual acrescem 75 mil euros em remunerações variáveis no exercício do segundo semestre de 2022.
O Sporting, por sua vez, viu o valor nesta rubrica aumentar de 431 mil para 447 mil euros.