A SAD do F. C. Porto anunciou, ao fim da noite deste sábado, 29 de fevereiro, ter fechado o primeiro semestre de 2019/2020 com um prejuízo de 51,854 milhões.
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De acordo com o Relatório e Contas enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o passivo aumentou 36,421 milhões de euros, atingindo a 31 de dezembro os 444,526 milhões de euros.
Segundo a SAD portista, o resultado líquido consolidado negativo de 51,854 milhões já era expectável e deve-se à brutal redução das receitas das provas europeias, devido à não qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões de 2019/2020.
No primeiro semestre da época passada, que os dragões fecharam com um resultado positivo de 7,158 milhões de euros, a "Champions" rendeu 60,822 milhões de euros, enquanto no presente exercício as receitas das provas da UEFA não foram além de 9,397 milhões de euros. Ou seja, registaram uma quebra de 85%.
No total, excluindo os proveitos gerados com passes de jogadores, a SAD gerou receitas de 55,458 milhões de euros nos primeiros seis meses da época, menos 54,750 milhões de euros que no período homólogo em 2018/19, quando os ganhos chegaram aos 107,208 milhões de euros.
O passivo cresceu mais 36,421 milhões de euros, atingindo agora os 44,526 milhões. Um aumento justificado com o valor global dos empréstimos e das verbas a pagar a fornecedores.
Os portistas tinham a 31 de dezembro um capital próprio negativo de 86,931 milhões de euros, um agravamento de 52,128 milhões de euros face às contas finais da época 2018/19. O ativo líquido total caiu 15,707 milhões de euros em relação a 30 de junho de 2019, encontrando-se agora nos 357,595 milhões de euros, apesar de o valor contabilístico do plantel ter sido reforçado em 28,776 milhões.
Aliás, dado que os portistas não fizeram vendas significativas neste semestre, nomeadamente no mercado de janeiro, durante o qual optaram por manter os principais ativos, para "não colocar em risco a competitividade da equipa", as rubricas ligadas aos passes de jogadores (amortizações e perdas por imparidade com passes e proveitos/custos com transações de passes) registam um saldo líquido negativo de 18,069 milhões de euros.
Em relação aos primeiros seis meses da época em curso, e comparativamente com os anteriores, só a rubrica Publicidade e Sponsorização apresenta ligeiros ganhos, tendo subido de 11,519 para 11,979 milhões de euros. Todas as outras apresentam quebras, ainda que pouco significativas, excetuando, como já referido, a referente a provas da UEFA.
Os custos operacionais registaram uma subida de 1%, mas as despesas com pessoal diminuíram quase um milhão de euros (980.000).