A cidade mais conhecida pelo lago volta a ter um clube forte, com a ajuda de ex-craques mundiais, que treinam e investem.
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O ressurgimento do Como, designado Como 1907 após a segunda falência e consequente refundação em pouco mais de dez anos, estava a passar mais ou menos despercebido até meados do ano passado. Nas mãos de uma das famílias mais ricas da Indonésia, o clube era para ser uma espécie de plataforma para preparar e lançar jogadores indonésios no futebol europeu, mas o plano dos irmãos Hartono foi travado pelas leis que impedem a inscrição de atletas não-europeus nos escalões mais baixos do Calcio. Então, repensaram tudo e, em 2019, iniciaram um projeto tão prometedor e aparentemente bem delineado que convenceu Cesc Fàbregas e Thierry Henry a juntarem-se como investidores, dando, finalmente, visibilidade ao que se está a passar nas margens de um dos lados mais mediáticos do Mundo. O espanhol ainda foi lá terminar a carreira de futebolista e agora é lá que dá início à de treinador.
O Como 1907 não está na Serie A desde 2003. Na época 2018/19, disputava a quarta divisão e foi apenas há dois anos que voltou à Serie B. A ambição é ter o clube na Serie A em 2025, altura em que também deve ficar pronto o novo estádio. “Se o conseguirmos mais cedo, será um problema”, realçou Dennis Wise ao “Mirror”, um dos lendários capitães do Chelsea que é o presidente do Como 1907. Apesar do poder financeiro dos proprietários, cada passo parece ser dado só depois da reflexão necessária. Aliás, a parte desportiva nem sequer começou por ser a mais importante; primeiro era preciso convencer as pessoas locais das boas intenções: “Queremos subir de divisão, vamos construir isto e aquilo… Estamos sempre a ouvir isto. Foi quando me falaram da comunidade e do que estão a fazer em prol da cidade e das pessoas daqui que me convenceram a fazer parte do projeto”, explicou Henry.