Para os italianos de Carpi não se perdia nada que esta cidade da região de Emília-Romanha fosse "um pouco maior". Para Aníbal Capela, no entanto, está bem assim. "É pequena e muito tranquila, identifico-me muito com ela. E depois tem tudo o que é necessário para ter boa qualidade de vida porque tens tudo o que precisas perto de ti. Gosto de cá estar", adianta ao JN.
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Há cerca de meio ano a viver a primeira experiência para lá das fronteiras portuguesas, Aníbal só se viu "à nora" com o italiano. Pensava que o inglês o safaria, mas nem isso é suficiente quando um simples "WC" não serve de elo comunicacional. "O meu conselho para quem vier a Itália pela primeira vez é que seja paciente e aprenda o italiano. Há pouquíssima gente a falar inglês ou francês e eu senti isso na pele, ao ponto de cair na tentação de falar mais alto só para ver se me percebiam. Um colega de equipa não entendia "WC" nem "bathroom"", conta Aníbal, entre risos. E não pode falar português com ninguém: "Raízes portuguesas aqui? Acho que não, pelo menos não conheço ninguém", acrescenta.
Uma coisa é certa, em Carpi, Capela não passa fome. Mesmo que a sopa não seja muito vista para aqueles lados. Há hidratos de carbono com fartura. "Ninguém come sopa, mas a seguir a Portugal, Itália é o país onde se come melhor. As massas e os risotos são claramente únicos e em todas as refeições há sempre dois pratos, o primeiro de massa ou risoto e o segundo de carne", resume o defesa português. Bom proveito.
Passe curto
Nome Anibal Araújo Capela
Clube Carpi FC 1909
Idade 26 anos (08-05-1991)
Posição Defesa
Um animal também é um irmão
"A comida", "os adeptos", "os belos locais para visitar", "o respeito pela natureza". Aníbal Capela podia alongar-se sobre "vários assuntos" que o apanharam de surpresa, mas há um que lhe encheu as medidas. "A forma como o animal doméstico é respeitado. É tratado claramente como um filho ou um irmão", adianta o futebolista português. O respeito é tanto que por lá não há aquela coisa de os animais ficarem à porta enquanto os donos estão num qualquer estabelecimento público. "Os cães entram em hotéis e restaurantes sem qualquer problema, são bem vistos e bem recebidos nesses locais", refere. Também porque se portam bem: "Os que vi em restaurantes e hotéis comportam-se como verdadeiros "gentlemen"".