Família de Pinto da Costa não vai participar "em nada que envolva as pessoas por ele mencionadas"

A família de Pinto da Costa enviou um comunicado para a redação do JN "a agradecer do fundo do coração todas as homenagens feitas" pelos adeptos do F. C. Porto durante as cerimónias fúnebres. "Nunca vamos esquecer o apoio desinteressado e amigo de tantos de vós, que genuinamente gostavam e respeitavam Jorge Nuno Pinto da Costa", pode ler-se numa nota assinada pela esposa do antigo presidente e pelos dois filhos.

"A nossa dor é proporcional ao amor e orgulho que continuamos a sentir por um homem que em privado ainda era mais excecional do que foi na sua vida pública, em que colecionou tantos sucessos", escrevem, sublinhando que se tratou de um homem que foi "um gigante que nunca se sentiu um gigante".

No entanto, a família destaca que irá respeitar a vontade de Pinto da Costa "de não participar em nada que envolva as pessoas por ele mencionadas", fazendo o seguinte esclarecimento: "Esta opção não representa qualquer hostilidade em relação ao F. C. Porto, o clube que o nosso pai e marido amou profundamente desde a infância até ao último dia e serviu durante mais de 60 anos".

Pode assim interpretar-se que a família não irá participar em eventos organizados pela atual direção do F. C. Porto, cumprindo a vontade de Pinto da Costa, expressa no livro "Azul até ao fim", que enunciou vários nomes de pessoas que não queria no funeral.

Por último, a mulher e os filhos adiantam que, depois da publicação do último livro, Pinto da Costa "transmitiu a decisão ao amigo cardeal D. Américo Aguiar, que as suas cinzas fossem mantidas na família".

Leia o comunicado:

"Interrompemos estes dias de luto pelo falecimento do nosso pai e marido para agradecer do fundo do coração todas as homenagens feitas ao homem e à obra de Jorge Nuno Pinto da Costa.

Recebemos apoio de todos os cantos do mundo, de pessoas de todas as áreas e estratos sociais. Recebemos e demos numa partilha que terá certamente orgulhado o nosso pai e marido. 

Nunca vamos esquecer o apoio desinteressado e amigo de tantos de vós, que genuinamente gostavam e respeitavam Jorge Nuno Pinto da Costa.

A nossa dor é proporcional ao amor e orgulho que continuamos a sentir por um homem que em privado ainda era mais excecional do que foi na sua vida pública, em que colecionou tantos sucessos.

“Um GIGANTE , que nunca se sentiu Gigante!” 

Iremos como até aqui o fizemos, cumprir as vontades e desejos expressos anteriormente e pautando sempre os nossos comportamentos e ações pela defesa e honra do legado, do nome e do seu incondicional amor ao Futebol Clube do Porto.

Agradecemos profundamente todas as homenagens, que nunca serão demais, mas a nossa intenção será sempre a de respeitar a vontade do nosso pai e marido, escrita, falada e explicitamente comunicada, de não participar em nada que envolva as pessoas por ele mencionadas.

Esta opção não representa qualquer hostilidade em relação ao F. C. Porto, o clube que o nosso pai e marido amou profundamente desde a infância até ao último dia e serviu durante mais de 60 anos.

Cumpre-nos informar também que já depois da publicação do último livro, transmitiu a decisão ao amigo cardeal D. Américo Aguiar, que as suas cinzas fossem mantidas na família.

Juntos,
Cláudia, Joana e Alexandre Pinto da Costa"