Principais ligas europeias estão recheadas de exemplos de lideranças que mudaram de dono na última jornada. O Sporting que se cuide...
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decisão O Sporting está a uma vitória de celebrar o bicampeonato nacional, algo que não consegue há mais de 70 anos, e a euforia tomou conta dos aficionados leoninos após o empate de sábado passado na Luz, mas há motivos de sobra para o treinador Rui Borges chamar os jogadores (e os adeptos) à razão antes do jogo de amanhã à tarde com o V. Guimarães, em Alvalade. É que a história do futebol está cheia de surpresas de última hora, como o próprio clube verde e branco sabe por experiência própria, ou não tivesse o Sporting perdido uma final da Taça UEFA em casa, diante do CSKA Moscovo (2004/05), num jogo em que esteve muito tempo a vencer e a convencer, antes de ser derrotado (1-3)...
No campeonato português, só numa ocasião, há exatamente 70 anos, no clímax da época de 1954/55, aconteceu uma cambalhota no topo da classificação na última jornada, com o Benfica a ultrapassar o Belenenses em cima da meta (por curiosidade, foi um empate do Sporting com a equipa do Restelo, a entregar o título às águias), mas nas outras ligas europeias há uma série de exemplos que os leões têm de ter bem presentes se quiserem voltar a ser campeões este ano.
Parece que foi ontem, mas já passaram mais de 30 anos desde os célebres três títulos seguidos conquistados pelo Barcelona na Liga espanhola depois de entrar na última jornada como segundo classificado: em 1991/92 e 1992/93, os catalães tinham menos um ponto do que o rival Real Madrid, que deixou fugir a liderança ao perder duas vezes o derradeiro jogo da época no estádio do Tenerife; em 1993/93, os “blaugrana” chegaram à última ronda a um ponto do Corunha, mas um empate em casa da equipa galega com o Valência (0-0), com um penálti falhado nos últimos instantes, e um triunfo no Camp Nou sobre o Sevilha (5-2) valeram mais uma festa ao Barça.
Na Série A italiana, uma reviravolta na última jornada aconteceu pela última vez há 25 anos (1999/2000), quando a Juventus foi ultrapassada pela Lazio ao perder em Perúgia (1-0) no meio de uma enorme intempérie. A equipa romana, com Sérgio Conceição e Fernando Couto no plantel, ganhou à Reggina (3-0) e conquistou o “scudetto”.
Na Bundesliga, há um exemplo bem mais recente. Há apenas dois anos (2022/23), o Bayern entrou na derradeira ronda a dois pontos do Dortmund, mas um empate em casa do líder perante o Mainz (2-2) e uma vitória dos bávaros em Colónia, com um golo aos 89 minutos de Musiala, deu o título à equipa de Munique, graças à vantagem no confronto direto com o Borussia.