O técnico italiano, apontado como sucessor de uma possível saída de Martín Anselmi no F. C. Porto, não quis revelar para onde vai, mas apontou o que esse clube precisa de ter para contar com os seus serviços.
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"O que espero é permanecer aberto e curioso como tenho sido até agora. Quero encontrar um contexto disposto a trabalhar com os mesmos princípios e a mesma intensidade que sempre procurei colocar em prática. É um critério que considero fundamental na avaliação de novas oportunidades. Nos últimos anos, acumulei muita experiência de vida e de trabalho, por isso agora não tenho pressa. Quero escolher cuidadosamente o meu próximo passo, independentemente do prestígio do clube ou do campeonato", começou por dizer Farioli, entrevistado pelo canal "Cronache di Spogliatoio".
O técnico italiano continuou a falar sobre as necessidades da próxima equipa que treinar. "É importante trabalhar num ambiente onde se possa operar de acordo com uma determinada forma de fazer as coisas, clara e partilhada. É importante esclarecer desde o início o que se gosta e o que pode, em vez disso, criar conflitos: o confronto é normal em qualquer relação, mas deve ser gerido e orientado para o resultado final. São precisamente esses pequenos detalhes, esses pequenos pontos que muitas vezes decidem o sucesso de uma época ou, pelo contrário, levam a situações menos positivas", revelou.
O treinador escolhido para suceder a Martín Anselmi no F. C. Porto foi questionado como organiza a sua equipa técnica. "É essencial ter uma equipa sólida, coesa e com uma visão comum. Nos últimos anos, sempre trabalhei com um grupo de seis colaboradores principais, cada um com uma função clara: dois assistentes, um preparador físico, um responsável pela recuperação de jogadores lesionados, um preparador físico e um analista de vídeo. No entanto, não podemos ignorar as pessoas que já estão presentes no clube. A nossa tarefa, como uma equipa que se integra numa nova realidade, é colocar imediatamente o que precisamos, mas também ouvir aqueles que conhecem o clube, o campeonato e o contexto", revelou.
Traçou ainda o seu perfil e abordou a saída do Ajax. "Não sou um técnico defensivo italiano, mas alguém capaz de libertar os jogadores e levá-los a criar muitas oportunidades no último terço do campo. Acredito que é isso que realmente tento fazer todos os dias no banco. Um dos motivos que me levaram a deixar o Ajax também estava ligado a uma reflexão mais profunda. No alto nível, hoje em dia, são necessárias competências extremamente específicas. É preciso um sistema pronto para gerir o pior cenário possível, do ponto de vista tático, físico, emocional e gerencial".
No fim da entrevista, falou dos desafios de jogar competições europeias, o que vai acontecer ao serviço dos dragões. "Quando se joga a cada três dias, tudo se altera: é um desporto completamente diferente. É um passo significativo para um treinador. Desenvolvemos estratégias específicas para lidar com esse contexto e, honestamente, obtivemos resultados excelentes. Um dado interessante. Esta época passada, nos jogos seguintes à Liga Europa, vencemos 12 em 15. Isso demonstra como a gestão é crucial. Jogar na quinta-feira e depois no domingo requer uma organização extremamente precisa. Na realidade, esses três dias não são realmente três dias. Entre as viagens, as recuperações, os compromissos com os meios de comunicação e as conferências de imprensa, eles tornam-se muito mais curtos", concluiu.