A Federação Portuguesa de Ciclismo reconheceu, esta terça-feira, que poderá haver condicionalismos à presença de público na Volta a Portugal 2020, mas garantiu um "compromisso máximo na defesa da saúde de todos os intervenientes" na prova.
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"Estamos a planear e desenvolver o evento para que tenha toda a qualidade sanitária exigível. É um processo complexo, porque, além da presença do público, há outras condicionantes. Vamos fazer tudo com o compromisso máximo na defesa da saúde de todos os intervenientes", garantiu Delmino Pereira, presidente do organismo.
O dirigente explicou que a Federação "está a trabalhar numa lógica inspirada nas regras que estão a ser desenvolvidas para a Volta a França", onde também estão a ser pensadas estratégias para limitar aglomerados de pessoas durante as etapas. "Se a Volta a França, que tem uma dimensão enorme comparada com a nossa Volta a Portugal, se vai realizar, e num país que foi muito mais afetado pela pandemia, nós acreditamos que também podemos fazer, com todos os cuidados, esta prova tão importante para o ciclismo nacional", acrescentou Delmino Pereira.
O líder da Federação vincou a versatilidade da modalidade, lembrando "que as pessoas podem ver o ciclismo na janela das suas casas, sem ter que sair" e que, no caso da Volta a Portugal, "as partidas e chegadas das etapas podem ser acompanhadas através da televisão".
Da parte da Podium Events, empresa que organiza a prova rainha do ciclismo nacional, há também a garantia que o modelo da realização da edição deste ano da Volta está a ser constantemente aprimorado. "Até 31 de maio, não fazemos cenários, porque estamos numa 'navegação à vista', mas não estamos quietos. Continuamos a trabalhar várias hipóteses, mas é extemporâneo fazer comentários sobre o que vai acontecer", disse José Carmona, administrador executivo da Podium.
O responsável espera que a prova, que está agendada de 29 de julho a 9 de agosto, se possa realizar em condições normais, e sobre a questão de presença de público nas etapas explicou que tal "tem de ser analisado".
O Secretário de Estado da Juventude e Desporto admitiu, em entrevista a Antena 1, que a Volta a Portugal se possa realizar em agosto, mas reconheceu que não pode ser feita "nos moldes habituais". "A festa da Volta a Portugal e animação, nas partidas e nas chegadas, não poderá ser feita da mesma forma, tem de ser repensada. Temos mantido um diálogo com a Federação de Ciclismo e sentimos que há abertura para ajustes", disse João Paulo Rebelo.