
Nych bisou na Volta a Portugal
Foto: Tiago Petinga/Lusa
A cessação do acordo com a Podium Events leva a federação a tomar nas mãos a organização da Volta a Portugal, da Volta ao Alentejo e da Volta a Portugal do Futuro, enquanto pondera um novo modelo de gestão para as provas, podendo evolver novos parceiros nacionais e internacionais
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A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) anunciou esta segunda-feira que vai assumir, em 2026 e de forma transitória, a organização da Volta a Portugal, após a cessação antecipada do contrato de concessão com a Podium Events. A decisão abrange também a Volta ao Alentejo e a Volta a Portugal do Futuro.
Num comunicado oficial, a FPC afirma que esta solução transitória "permitirá viabilizar as provas desportivas na próxima época", acrescentando que decorrem contactos com parceiros que garantam "o profissionalismo, a solidez e a ambição necessárias" para o futuro das competições.
A Federação indica ainda que, após o término da época de 2026, estará em condições de "avaliar os resultados deste modelo transitório de gestão" e ponderar "o lançamento de uma nova concessão de longo prazo", junto de parceiros nacionais e internacionais, com o objetivo de assegurar a sustentabilidade e a valorização das principais provas em Portugal
A Volta a Portugal do Futuro passará a ser organizada exclusivamente pela Federação, que pretende "reforçar a sua identidade como prova de desenvolvimento", promovendo a descoberta e afirmação de novos talentos e facilitando a transição para o ciclismo profissional.
No comunicado, a FPC reafirma "o compromisso com o futuro da modalidade, com os clubes, corredores, patrocinadores e demais agentes do setor", garantindo que as provas emblemáticas sob a sua tutela continuarão a afirmar-se como "pilares do ciclismo português" e como referências no calendário internacional.
A decisão da Federação surge depois da rescisão do contrato de concessão que ligava a Podium Events à organização e exploração comercial da Volta a Portugal, uma rutura que antecipou em um ano o fim previsto da relação, inicialmente válida até 2026.
No comunicado que anunciou a desvinculação, a FPC justificou o passo com "incumprimento reiterado" das obrigações contratuais e de pagamento por parte da empresa, situação que a Federação afirma ter-se agravado ao longo do último ano, apesar das tentativas de resolução amigável.
A rescisão abrange igualmente a Volta ao Alentejo e a Volta a Portugal do Futuro, provas que estavam incluídas no mesmo contrato de concessão. Apesar da rutura, a FPC reconheceu o trabalho desenvolvido pela Podium Events ao longo do período, sublinhando, contudo, que o cumprimento das obrigações contratuais é considerado imprescindível para a continuidade das competições.
Em resposta, a Podium Events criticou a atuação da Federação, acusando-a de "falta de decoro e lealdade", alegando que terá sido informada da rescisão apenas depois de patrocinadores já terem sido notificados. A empresa rejeitou qualquer incumprimento, afirmou ter assumido "esforços financeiros e operacionais superiores ao previsto" e garantiu ter solicitado diversas reuniões para clarificação financeira, que diz terem sido recusadas pela FPC.
