O selecionador nacional recusa qualquer tipo de favoritismo para a meia-final do Euro 2016, frente ao País de Gales, mas garante que a equipa das Quinas quer escrever a sua própria história e que vai dar "120%" para honrar o apoio de todos os portugueses.
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Já só falta um patamar para o sonho. Depois de assumir a conquista do título europeu como um objetivo ainda antes do início da competição, Fernando Santos quer dar "o passo que falta" em Lyon e garantir presença no jogo decisivo. No entanto, todos os cuidados são poucos ao abordar o duelo com os galeses e nem a maior experiência portuguesa nestas competições altera o discurso do técnico.
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"A história temos de a escrever nós. A história de um país é importante, dá-nos mais força, mas o que queremos é escrever a nossa própria história. Temos um propósito neste Euro e queremos dar o passo que nos falta amanhã. Estamos confiantes, temos capacidades para o fazer, mas sabemos as dificuldades que aí vêm. Com humildade, podemos chegar a Paris", afirmou o selecionador nacional na antevisão da meia-final do Europeu, recusando o favoritismo atribuído a Portugal pelo treinador galês.
"Gales tem feito um campeonato fantástico. Esteve num dos grupos mais equilibrados e ganhou a um dos principais favoritos ao título, Bélgica. Sobre o que disse o meu colega Coleman: merece-me todo o respeito, mas está a fazer o jogo dele: dá-me o favoritismo a mim, mas aos jogadores dele não vai, seguramente, dizer o mesmo", garantiu Fernando Santos.
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As críticas negativas à qualidade do futebol português são "música para os ouvidos" do treinador, bem mais preocupado com a "grande qualidade técnica" dos jogadores do País de Gales e com as dúvidas em torno da recuperação de Pepe.
"Vou deixar-vos uma noite de insónias. Eu espero dormir normalmente, mas só amanhã vemos como ele está. Já aconteceu com o Quaresma e esta situação é idêntica. Se estiver a 100%, em princípio será um dos titulares. Amanhã de manhã tomaremos a decisão final, sem nenhum dramatismo", revelou, antes de lamentar as ausências de William, por Portugal, e Aaron Ramsey, por Gales.
"Acho que na fase a eliminar, esses castigos por acumulação de amarelos não fazem muito sentido. Na fase de grupos, sim, mas não sou eu que escrevo as regras", destacou Fernando Santos, que sabe que Portugal vai contar com o 12.º jogador de sempre.
"Tem sido fantástico o apoio dos nossos. Sempre que saímos ou chegámos a Marcoussis, é motivante ver toda aquela gente a dar apoio. Este amor à pátria, dá-nos mais força. Em campo, não vamos dar só 100%: vamos dar 110% ou 120% por eles", revelou, antes de voltar a elogiar Cristiano Ronaldo, recusando, no entanto, dar qualquer importância especial ao duelo CR7/Bale.
"Ele vai manter-se focado. Tem sido um exemplo fantástico, e nos dois últimos jogos trabalhou imenso para a equipa. Tem incentivado os colegas e a sua ambição é incrível", referiu o técnico, que optou por uma resposta filosófica quando questionado se o duelo com Gales é o jogo mais importante da carreira como treinador.
"O mais importante deve ter sido o meu primeiro jogo. O de amanhã, como é o próximo, é seguramente o mais importante do presente. Como dizia a minha avó, o importante é acordar de manhã, porque é sinal que estamos vivos. Seguramente, é um momento importante para mim, para os jogadores e para o país".