<p>Acabou o sonho do Trofense. Na época passada, fazia a festa com a subida à Liga. </p>
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Ontem, despediu-se dos grandes palcos, depois da derrota frente ao Paços de Ferreira. Um golo de William ditou o resultado.
O Trofense despede-se da Liga por culpa própria. Não conseguiu a tão desejada vitória diante do Paços de Ferreira, a vitória milagrosa que colocaria a equipa no escalão maior do futebol português. O conjunto orientado por Manuel Tulipa foi a imagem fiel do que tem sido ao longo da temporada, incapaz de corresponder nos momentos decisivos. Ontem, foi uma equipa com coração, teve poucas oportunidades, é verdade, mas teve mais situações de perigo do que o adversário. Mas, simplesmente, falhou. Quando se desperdiça, não há milagres que resistam.
Tendo em conta o quadro de resultados da tarde, houve momentos em que o Trofense apenas dependia de si para continuar entre os grandes. Os cerca de mil adeptos comemoraram os golos do Benfica, exultaram com o golo da Naval, mas espalharam um silêncio medonho quando o Vitória de Setúbal marcou o golo que o colocava em vantagem diante da Naval. Corria o minuto 70. O sonho pequenino cedia como um castelo de cartas. Depois, desmoronou-se por completo quando William, que ontem regressou aos relvados cinco meses depois de se ter lesionado, rematou para o fundo da baliza de Marco, cinco minutos depois do segundo golo dos sadinos. O Paços de Ferreira estava em vantagem, a permanência do Trofense era uma miragem.
A equipa de Manuel Tulipa desce à Liga de Honra porque fez um campeonato miserável em casa, onde apenas somou nove pontos. Curiosamente, fez seis pontos diante dos grandes, que nada valeram na matemática da permanência, muito menos a regular prestação fora de casa, onde conquistou 14 pontos. Ontem, ainda viveu da inspiração de Hugo Leal e da garra de Valdomiro. Mas foi pouco, muito pouco. David Caiado e Valdomiro até tiveram as melhores oportunidades, mas o guarda-redes Cássio resolveu.
Do outro lado, esteve um Paços de Ferreira muito personalizado. Esteve abaixo das expectativas no primeiro tempo, é certo, mas melhorou o rendimento após o intervalo. Há muito que o conjunto orientado por Paulo Sérgio já tinha assegurado a permanência e os jogadores, provavelmente, estavam mais a pensar na final da Taça de Portugal do que no jogo de ontem, porque os castores pouco ou nada incomodaram o guarda-redes Marco.
No entanto, revelaram uma eficácia tremenda. O recém entrado William, que ouviu uma estrondosa salva de palmas, resolveu o jogo: um remate que deitou por terra a réstia de esperança dos trofenses. O futebol é mesmo assim, vencem os melhores. E já depois de terminado o jogo da Mata Real, a Naval empatava frente ao Setúbal, uma ironia a castigar ainda mais o Trofense.