A FIFA vai forçar os clubes a apresentaram as suas equipas mais fortes no Mundial de Clubes, sob pena de sofrerem sanções disciplinares.
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"A legitimidade é absoluta a partir do momento em que há uma hierarquia perfeitamente definida na modalidade. Ela decorre dos próprios estatutos da FIFA e os clubes filiados nas respetivas federações-membro têm a obrigação de respeitar os regulamentos e os estatutos da FIFA. A análise será sempre algo subjetiva, mas, se for ostensivo que um clube não se apresenta com a sua melhor equipa, será aberto um processo disciplinar", destacou Gonçalo Almeida, advogado e juiz da Câmara de Agentes do Tribunal de Futebol da FIFA, em declarações à Lusa.
O novo mundial de clubes, agendado entre 15 de junho a 13 de julho, adotara a periodicidade da competição de seleções (quatro em quatro anos). O torneio terá uma fase de grupos (oito com quatro equipas) e um segundo periodo de eliminação directa a partir dos oitavos de de final.
"O objetivo de qualquer equipa passará por ter o melhor desempenho possível e isto significa que terá de usar necessariamente os seus melhores jogadores, mas pode fazer uma gestão pontual nesta ou naquela posição e não vai ser sobre essas opções técnicas que a FIFA intervirá do ponto de vista disciplinar", admitiu.
Gonçalo Almeida julga que um clube "não pode querer receber contrapartidas financeiras muito altas pela sua participação e, em simultâneo, não utilizar os protagonistas que dão visibilidade à prova".
"O que é isto de utilizar os principais futebolistas? São os que jogaram mais minutos? Os que marcaram mais golos? Os que sofreram menos? Os que fizeram mais assistências? Os que têm valores de mercado mais elevados? A FIFA quer as 'estrelas', porque não está preocupada com o futebol, mas com um negócio que gere muito dinheiro. Além disso, quer fundamentalmente desviar todas as atenções e tentações quanto à criação da Superliga europeia", avaliou à agência Lusa o juiz-árbitro do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).