FIFPRO reuniu com Comissário Europeu para discutir o mandato institucional 2024/29
FIFPRO Europa reuniu com o ComissaÌrio Europeu, Glenn Micallef, para discutir a competitividade e resilieÌ‚ncia da liderança europeia nos setores do desporto, cultura e entreteniment. Joaquim Evangelista integrou a comitiva que esteve presente em Bruxelas.
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Uma delegação da FIFPRO Europa reuniu-se hoje com o Comissário Europeu para a Justiça Intergeracional, Juventude, Cultura e Desporto, Glenn Micallef, em Bruxelas, para discutir o mandato institucional 2024/29, incluindo as principais prioridades para reforçar a competitividade e resiliência da indústria do futebol na Europa.
A delegação da FIFPRO Europa foi liderada pelo Presidente David Terrier (também Presidente da UNFP, Sindicato de Jogadores em França), acompanhado por Carlo Mamo (Secretário-Geral do Sindicato de Jogadores em Malta) e Joaquim Evangelista (Presidente do Sindicato dos Jogadores em Portugal e membro do board mundial da FIFPRO). A reunião teve lugar num momento crucial para o futebol europeu e para a política desportiva da UE, na sequência de uma série de decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia e de litígios em curso que afetam os direitos e o bem-estar dos jogadores, bem como do setor do futebol, na Europa e fora dela.
Nesta reunião foram debatidas possibilidades de colaboração na promoção da competitividade e a resiliência do futebol profissional masculino à escala global, que se destaca como um dos maiores setores culturais e de entretenimento da Europa: "A discussão de hoje reforça o nosso compromisso com uma economia do futebol que funcione para todos", afirmou David Terrier, Presidente da FIFPRO Europa. "Acreditamos que reforçar o papel dos parceiros sociais e respeitar os acordos coletivos de trabalho é essencial para uma indústria europeia do futebol sustentável e competitiva, assente num contrato social entre competições nacionais e internacionais."
Os principais tópicos discutidos durante a reunião incluíram:
1. Reforçar o modelo europeu do desporto, através de mecanismos robustos de diálogo social e de acordos coletivos de trabalho que protejam os direitos e o bem-estar dos jogadores enquanto trabalhadores no mercado único.
2. Estabelecer estruturas abrangentes de saúde e segurança no trabalho, adaptadas à indústria do futebol masculino, que protejam o bem-estar dos jogadores e que atendam às crescentes exigências holísticas de carga de trabalho dos jogadores, incluindo congestionamentos nos jogos, viagens e tempo mínimo de descanso e recuperação.
3. A necessidade urgente de melhorar a governação no futebol internacional, adaptada ao setor do futebol e em conformidade com as políticas e legislação da UE.
4. Abordar as condições de emprego precárias que ainda existem em todo o sector, especialmente o problema do endividamento, do acesso a uma justiça independente e rápida e da insuficiência de mecanismos de proteção.
5. A crescente importância da inovação e da tecnologia no futebol, com especial atenção à proteção e utilização dos dados pessoais dos jogadores e à aplicação da inteligência artificial no trabalho.
O Comissário e a FIFPRO Europa concordaram também em agendar uma reunião de trabalho dedicada ao futebol feminino. À medida que a indústria do futebol feminino continua a desenvolver-se rapidamente na Europa, reconhecer as diferenças entre os dois mercados de trabalho e as suas necessidades distintas torna-se fundamental para inovar o modelo europeu do desporto, focando-se na competitividade, nos padrões profissionais e prioridades específicas de saúde, desempenho e bem-estar feminino.
O Comissário Europeu para a Justiça Intergeracional, Juventude, Cultura e Desporto, Glenn Micallef, afirmou após esta reunião:
“Sou um acérrimo defensor do nosso modelo europeu do desporto. É baseado na solidariedade entre o setor profissional e a base, aberto e assente no mérito desportivo. Os métodos de governação devem ser melhorados e tornar-se mais inclusivos. Devemos procurar elevar os padrões de integridade a todos os níveis e os mesmos devem ser considerados um dever para as organizações. Os atletas são a “espinha dorsal” do movimento desportivo, com um conjunto de direitos e responsabilidades e a Comissão Europeia quer proteger tanto a sua integridade física como a sua integridade moral.”
Ambas as partes sublinharam a necessidade de soluções políticas e comprometeram-se a continuar a cooperar para garantir que o futebol profissional na Europa mantém a sua posição de liderança, ao mesmo tempo que promove os direitos dos jogadores, o diálogo social, a contratação coletiva e o crescimento sustentável.
Joaquim Evangelista congratula-se com esta iniciativa: "Foi importante estar presente e dar voz à realidade portuguesa
Esta primeira reunião da FIFPRO Europa com o Comissário Europeu é de uma enorme importância estratégica. Quisemos reforçar os desafios que enfrentam os jogadores na europa, não apenas no topo da pirâmide, mas em todos os mercados afetados por um certo descontrolo nos calendários e atropelos aos direitos fundamentais dos futebolistas. Tive a oportunidade de abordar alguns aspetos específicos da realidade que vivemos em Portugal e regresso esperançoso no envolvimento da União Europeia para melhoras os sistemas de fiscalização, apoio e proteção social aos jogadores, enquanto parte essencial do nosso modelo europeu do desporto".