Termina hoje um ano inesquecível para muitos desportistas. Para alguns, é mais um; para uns quantos, 2022 foi o ponto mais alto das carreiras; e para outros terá sido o primeiro de outros anos assim. Acumularam-se conquistas, medalhas, recordes, vitórias inesperadas e também por isso inesquecíveis, provando-se o ecletismo nacional. Do futebol ao futsal; da natação à canoagem; do triplo salto ao lançamento do peso; do ciclismo ao andebol e ao ténis. José Mourinho, Abel Ferreira, Jorge Braz, Diogo Ribeiro, Zicky Té, Messi e Iga Swiatek estão entre os que ficam com um 2022 para recordar.
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Sérgio Conceição, treinador de futebol
Só faltou a Taça da Liga para o pleno
Voltou a levar o F. C. Porto a grandes conquistas, continuando a contribuir decisivamente para agigantar o palmarés azul e branco. Em 2022, os dragões conquistaram o campeonato, a Taça de Portugal e a Supertaça. Faltou a Taça da Liga para o pleno.
Abel Ferreira, treinador de futebol
A história segue nos relvados do Brasil
Em dois anos, o português tornou-se num dos grandes treinadores da história do futebol brasileiro. Depois de levar o Palmeiras à conquista de duas Taças Libertadores, Abel Ferreira fez mais um brilharete e em 2022 levou o "Verdão" ao título nacional.
Pedro Pichardo, saltador (triplo salto)
Voar quase 18 metros até ao topo do Mundo
Antes deste ano, já era um dos maiores nomes do atletismo português, mas o luso-cubano atingiu um patamar ainda maior quando, a 24 de julho, se sagrou campeão do Mundo, saltando quase 18 metros (17,95). Aconteceu em Eugene, nos Estados Unidos.
José Mourinho, treinador de futebol
Num patamar único com um novo troféu
Após cerca de cinco anos sem conquistar qualquer troféu, José Mourinho, um dos mais ganhadores de sempre, guiou a Roma até à vitória final na Liga Conferência e passou a ser o único treinador a ter no palmarés todos os títulos europeus de clubes que existem.
Lionel Messi, jogador de futebol
No pedestal Mundial e sonho realizado
A carreira do jogador argentino ainda podia melhorar? Podia, e não era pouco. No Catar, Messi alcançou o grande sonho e foi decisivo para a Argentina se sagrar campeã do Mundo pela terceira vez. A isso juntou o prémio de melhor jogador do torneio.
Fernando Pimenta, canoísta
Mais medalhas do campeão compulsivo
Medalhas, medalhas e mais medalhas. Assim se resume a carreira do canoísta de Ponte de Lima, que, em 2022, juntou mais algumas ao incrível currículo. Entre elas, estão ouros europeus e mais um ouro de campeão do Mundo em "short race".
Auriol Dongmo, lançadora (lançamento do peso)
Recordes e primeiro ouro mundialista
Começou por bater o recorde nacional (19,90 metros), foi vice-campeã da Europa e atingiu o olimpo em Belgrado, onde, graças a um lançamento que ultrapassou os 20 metros (20,43), se sagrou campeã do Mundo em pista coberta pela primeira vez.
Luís Castro, treinador de futebol
Jovens águias reinam na UEFA
Após três finais perdidas, o Benfica venceu, finalmente, a Liga Jovem da UEFA. Comandadas por Luís Castro, atualmente à frente da equipa B, as águias golearam (6-0) o Salzburgo na final e repetiram o feito alcançado pelo F. C. Porto em 2019.
Chema Rodríguez, treinador de andebol
Mão no maior feito europeu benfiquista
Comandado pelo treinador espanhol, o Benfica fez história na época 2021/22. Em Lisboa, as águias conquistaram o primeiro título internacional ao derrotarem o poderoso Magdeburgo, após prolongamento, na frenética final da Liga Europeia.
Jorge Braz, treinador de futsal
Mais dois troféus para a coleção
O período mais feliz do futsal português tem um rosto bem definido. Jorge Braz, 50 anos, continua a guiar a seleção a grandes conquistas e 2022 não fugiu à regra, com Portugal a vencer a finalíssima intercontinental e a sagrar-se bicampeão da Europa.
Iuri Leitão, ciclista (ciclismo de pista)
Pedalar até ao patamar mais alto
Depois de ter sido vice-campeão do Mundo em 2021, o ciclista de Viana do Castelo foi a Munique (Alemanha) conquistar a medalha de ouro nos Europeus, em scratch. Foi a primeira vez que Portugal atingiu tão alto patamar nessa vertente do ciclismo de pista.
Bê Martins, jogador de futebol de praia
Terceiro luso a ser eleito o melhor
Depois de Madjer e Jordan, eis o terceiro português distinguido como o melhor jogador de futebol de praia do Mundo. Bê Martins, brasileiro de nascença, viveu, assim, o ponto mais alto da carreira, num ano em que ainda conquistou cinco troféus coletivos.
Kika Nazareth, jogadora de futebol
A "Golden Girl" que não para de crescer
A acompanhar o crescimento do futebol feminino português está uma estrela em ascensão. Kika Nazareth continua a evidenciar-se ao serviço do Benfica e da seleção portuguesa, tendo sido uma das finalistas ao prémio de melhor jovem jogadora da Europa.
Zicky Té, jogador de futsal
Aos 21 anos já está notopo da Europa
Já não é só uma certeza do futsal português, mas sim a nível mundial. Zicky Té viveu um ano de sonho, tendo sido decisivo para as conquistas do Sporting e de Portugal. Brilhou no Europeu ao ponto de ter sido eleito o melhor jogador do torneio.
Gustavo Ribeiro, skater
O primeiro europeu rei da Street League
O circuito mundial de skate foi sempre dominado por atletas de fora da Europa, até um jovem português mudar isso. O olímpico Gustavo Ribeiro, 21 anos, fez história no Rio de Janeiro (Brasil), ao ser o primeiro europeu a sagrar-se campeão da Street League.
Carlos Alcaraz, tenista
No topo do ranking em tempo recorde
No ano do adeus emocionante de Roger Federer, o ténis recebeu uma nova estrela. Carlos Alcaraz venceu o primeiro Grand Slam da carreira (US Open) e em setembro tornou-se, aos 19 anos, no mais jovem de sempre a chegar ao topo do ranking mundial.
Max Verstappen, piloto de Fórmula 1
Um bicampeão com recorde de vitórias
O neerlandês não deu hipótese à concorrência a acelerou para novo título mundial, depois do conquistado em 2021. Aos 25 anos, Verstappen já é bicampeão do Mundo de Fórmula 1 e a esse feito juntou o recorde de mais vitórias na mesma temporada (15).
Iga Swiatek, tenista
Dois Grand Slam e louvores globais
Venceu o primeiro Grand Slam em 2020 e dois anos depois é a grande estrela do circuito feminino. Este ano, a polaca bisou em Roland Garros e conquistou o US Open. As agências de notícias do Velho Continente elegeram-na a desportista europeia do ano.
Diogo Ribeiro, nadador
Tricampeão mundial imparável no Peru
É, provavelmente, a grande revelação do desporto português. Em Lima, no Perú, Diogo Ribeiro foi fulgurante, esteve imparável nos Mundiais de juniores e voltou a casa com três medalhas de ouro (50 metros mariposa e livres, e 100 metros mariposa).
Annemiek Van Vleuten, ciclista
Nem um braço partido a parou
Ganhar o Tour, o Giro e a Vuelta não é para todos. Vencer as três provas rainhas do ciclismo no mesmo ano é apenas para Annemiek van Vleuten. A neerlandesa fê-lo aos 40 anos e ainda venceu o Campeonato do Mundo... com um braço partido.
DESAPARECIMENTOS DE 2022
Fernando Chalana, antigo jogador de futebol
Os dribles foram para o quarto anel
Glória do Benfica e um dos melhores futebolistas portugueses de sempre, o Chalanix transferiu-se para o céu a 10 de agosto, depois de vários anos a lutar contra uma doença. Chalana começou no Barreirense e acabou a carreira no Estrela da Amadora, mas foi no Benfica que mais brilhou.
Fernando Gomes, antigo jogador e dirigente de futebol
Ganhar a eternidade à custa dos golos
Também o F. C. Porto perdeu uma das maiores lendas este ano. Fernando Gomes lutou vários anos contra um cancro, mas perdeu a guerra a 26 de novembro. Pinto da Costa chorou a partida de um dos grandes nomes da história dos dragões e também do futebol português.
António Lima Pereira, antigo jogador de futebol
Outro herói de Viena a torcer desde o Céu
O defesa falhou por lesão, tal como Fernando Gomes, a histórica final de Viena, da Taça dos Campeões, mas está ligado a algumas das grandes conquistas portistas, após se ter destacado no Varzim. Morreu a 22 de janeiro, aos 69 anos.
Sinisa Mihajlovic, antigo jogador e treinador de futebol
Os livres diretos são inesquecíveis
Prodígio nos livres diretos e com uma carreira de respeito no Calcio e na seleção da Jugoslávia/Sérvia, Mihailovic destacou-se ainda como técnico. A leucemia trocou-lhe as voltas e perdeu a batalha para a doença a 16 de dezembro.