Documento seguirá diretrizes da FIFA e da União Europeia e está a ser preparado, com coordenação do jurista José Manuel Meirim, assessor da Federação Portuguesa de Futebol. Defender jogadores e clubes é "fundamental".
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Está em marcha um plano para tornar o futuro dos empresários de futebol muito menos cor de rosa. A ideia que está a mover as mais altas instâncias é apertar a lei e tornar esse mundo, que também é o das comissões milionárias e o dos abandonos criminosos de jogadores enganados, menos obscuro, menos desconfiado e mais preparado para responder a outros problemas como fuga ao fisco e branqueamento de capitais. A FIFA, em consonância com a União Europeia, está na linha da frente desta luta e vai arrastar com ela a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que, sabe o JN, está a trabalhar num novo regulamento, mais "sério, transparente e eficaz".
As previsões apontam para que as novas normas que pretendem apertar o cerco aos (maus) empresários e intermediários entrem em vigor a partir da próxima temporada e a FPF quer estar pronta para, desde o início, se juntar à luta. Neste sentido, há uma revisão do estatuto dos empresários, em vigor desde 2015, que está em andamento, coordenada por José Manuel Meirim. "Tem havido uma certa ineficácia dos últimos modelos", começou por dizer ao JN, resumindo, assim, o que está por detrás da vontade em operar mudanças que contrariem o atual paradigma. "Defender os jogadores e os clubes é fundamental", disse.
Travar as más práticas
Para além disso, os objetivos incluem travar outras práticas que têm vindo a proliferar no meio, como a fuga ao fisco, a dupla representação e o branqueamento de capitais. "Há alguma preocupação relacionada com este tema, também na União Europeia. Tendo em conta o ambiente que se vive neste domínio, é preciso tentar elaborar um modelo muito mais eficaz", salientou José Manuel Meirim. Na FPF, os trabalhos estão a avançar e a serem seguidos de perto pelo presidente Fernando Gomes, ele que é um dos impulsionadores do projeto.
As somas cada vez maiores envolvidas no futebol, principalmente no que diz respeito às transferências de jogadores, são das principais razões que levam a FIFA a avançar com um escrutínio muito mais apertado e, também, a ajustar, dentro do possível, os regulamentos que regem o futebol com as leis das instituições europeias. A vontade da entidade que governa o futebol mundial, no entanto e sem surpresa, está longe de ser pacífica entre os empresários e os intermediários, com José Manuel Meirim a admitir "alguma controvérsia".