O antigo diretor de Comunicação dos dragões, Francisco J. Marques, anunciou, esta quinta-feira no X, antigo Twitter, que termina a ligação ao clube. O responsável deixa muitas críticas às opções da nova Direção, liderada por André Villas-Boas.
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"Terminou hoje a minha ligação contratual ao F. C. Porto, permanecerá para sempre a ligação emocional. Saio por um acordo que fui forçado a negociar, depois de um gigantesco sacrifício da minha vida pessoal e profissional. Pelo F. C. Porto voltaria a fazê-lo", escreve Francisco J. Marques na rede social, salientando que, a partir de agora, será "apenas" mais um associado, mas sempre atento à realidade do clube.
"A partir de hoje sou um sócio comum, que elogiarei quando achar justo – tenho gostado da nova forma de venda de bilhetes, por exemplo – e criticarei quando achar que se justifica – não gostei de ver o presidente desautorizar Vítor Bruno no assunto Pepe", acrescenta o antigo responsável pela comunicação dos azuis e brancos, antes de recordar o percurso que fez.
"Estes quase 14 anos foram uma bonita aventura. Os últimos oito de uma exigência extrema, sempre na intransigente defesa dos valores do F. C. Porto. Fiz coisas bem e mal feitas, tomei boas e más decisões, o julgamento dos sócios do F. C. Porto é o único que me interessa. Reduzir os meus anos de F. C. Porto ao caso dos e-mails é redutor e injusto, mas a verdade é que se desarticulou o maior esquema de adulteração da verdade desportiva da história do desporto português. E já há pessoas condenadas por corrupção e não são do nosso clube", pode ler-se numa longa publicação, em que garante nunca se ter posto "em bicos de pés" e que apenas cumpriu as obrigações "de funcionário", antes de deixar várias críticas à atual Direção.
"Colaborei, sempre que solicitado, com todas as áreas do clube. Os outros clubes têm equipas de veteranos, o F. C. Porto tem equipas 'vintage' porque o funcionário descartável às vezes tem umas ideias que duram. Oxalá não 'apaguem' o nome", pediu, antes de confirmar que foi retirado uma foto no Estádio do Dragão que perpetuava o calcanhar de Madjer, na final da Taça dos Campeões Europeus de 1987, depois de o argelino ter manifestado apoio a Pinto da Costa nas eleições.
"PS: hoje mesmo confirmei que a foto do calcanhar de Madjer, a mais icónica imagem dos nossos 130 anos de história, foi mesmo substituída por uma foto dos excelentes André e Jaime Magalhães, também na final de Viena, mas sem valor histórico. Trata-se de uma decisão muito, muito feia, que diz muito sobre a intolerância de quem nos governa e que, pelo menos a mim, desilude imenso. Branquear é sempre feio, apagar quem nos pôs no topo do mundo é terrível e não faz sentido nenhum", finaliza Francisco J. Marques.