No programa "Universo Porto da Bancada" desta terça-feira, Francisco J. Marques considerou que o Benfica venceu os dois títulos de campeão europeu "no tempo do fascismo" e abordou o caso e-Toupeira.
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"Convém recordar que o F. C. Porto é o único clube que resistiu ao centralismo de Lisboa. O Benfica foi duas vezes campeão europeu no tempo do fascismo. Não foi com golos do Salazar, mas fazia outras coisas. Todos nós nos recordamos e sabemos que um presidente da Federação tinha de ser indicado por alguém de Lisboa - Benfica, Sporting e Belenenses -, o resto do país era paisagem. Já o F. C. Porto conquistou tudo o que sonhou", começou por dizer Francisco J. Marques, salientando que os azuis e brancos podem "falar de barriga cheia".
"Olhando para o panorama europeu, excetuando os clubes muito muito ricos, é difícil encontrar algum clube que tenha conquistado o que o F. C. Porto conquistou. Quando se faz análise do período mais grandioso do Benfica, foi quando era o clube do regime. Hoje em dia procurou beneficiar do mesmo através de esquemas que conhecemos", atirou.
Francisco J. Marques abordou ainda o caso e-Toupeira.
"Pelas notícias, o que se percebe é que havia um funcionário muito curioso e benfiquista que o fazia consultar processos em que o Benfica estava envolvido diariamente, mais de uma vez por dia. Dava-se a coincidência de esse funcionário ser muito amigo de um alto dirigente do Benfica. Esse curioso entregava informação ao dirigente. E jamais partilhou alguma informação com o presidente do Benfica, que não sabia de nada. Isto é o que percebemos ao ouvir os cartilheiros", disse o diretor de comunicação.
"O processo está em fase de instrução. Teremos que esperar desenvolvimentos, mas estamos perante um caso de extrema curiosidade. O ânimo do advogado do Benfica à saída dos depoimento dos administradores da SAD do Benfica merece alguma interpretação. Pareceu-me assumir que irá a julgamento". Concluindo: "Não pode haver clube nenhum a ter outros reféns, a serem marionetes".