Francisco J. Marques revelou ligação de Paulo Gonçalves a Júlio Loureiro em setembro
Francisco J. Marques, diretor de Comunicação do F. C. Porto, denunciou, em setembro, a ligação entre Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, e Júlio Loureiro, funcionário judicial que agora surge implicado na operação "e-toupeira".
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A 19 de setembro, no programa "Universo Porto - da Bancada", Francisco J. Marques alertou para "a extensão do polvo", lendo um e-mail enviado por Júlio Loureiro a Paulo Gonçalves.
"O senhor Júlio Manuel Loureiro é observador de árbitros, atualmente no Campeonato Nacional de Seniores, ex-árbitro e funcionário judicial. Em novembro do ano passado, enviou para o Paulo Gonçalves, o seguinte: 'Viva. Para conhecimento antecipado, dado ser um data que antecede a viagem à Turquia, remeto-lhe cópia de uma notificação para o Rui Vitória. Agradeço discrição, uma vez que isto nem é da minha secção. Ok? Abraço'", leu, na altura, o responsável pela comunicação azul e branca.
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Explicando tratar-se de num caso em que o V. Guimarães era arguido e em que Rui Vitória, antigo técnico dos vimaranenses iria testemunhar, J. Marques alertou para as implicações que tal proximidade poderia ter.
"Trata-se de uma notificação judicial, nada de especial. [...] Mas há a particularidade de um funcionário judicial que é observador de árbitros, e antigamente era árbitro de primeira categoria, enviar este tipo de informação para avisar. Se avisam para uma simples notificação, o que é que não farão em coisas mais graves? Isto levanta-me temores terríveis", sublinhou.
"Todos sabemos que o Benfica está a ser investigado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e que o Ministério Público se vai pronunciar. Será que nesta cadeia há funcionários judiciais, pessoas que têm contacto com o Paulo Gonçalves? É que ele é uma das pessoas que está a ser investigado. O que é isto de um funcionário judicial quebrar uma das regras essenciais? Não pode ser. Este monstro do Benfica é gigantesco e move-se em todos os setores", avisou, na altura, J. Marques.
Na manhã desta terça-feira, no âmbito da operação "e-toupeira", Paulo Gonçalves foi detido, por suspeita de ter subornado funcionários judiciais para ter acesso a processo em segredo de justiça.
A PJ também efetuou buscas em casa de Júlio Loureiro.