O diretor de comunicação do F. C. Porto não deixou passar em claro a publicação da investigação jornalística Luanda Leaks e relacionou-a com o Football Leaks.
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"Há um sem número de analogias que importa estabelecer, porque parece que, de repente, uma parte do país acordou para esta questão destas investigações jornalísticas, do trabalho que é feito na divulgação de leaks e de matérias sigilosas que expõem prática de crimes em diferentes atividades", começou por afirmar Francisco J. Marques.
E prosseguiu, assim, com alguma ironia à mistura: "Este caso do Luanda Leaks é uma investigação de um consórcio internacional de jornalistas. O Football Leaks, conforme é público, tratava-se de uma investigação de um consórcio internacional de jornalistas. Engraçado... é a mesma coisa! Só agora estou a reparar nisso".
Mais a sério, J. Marques notou que a sociedade encara estes dois leaks de forma distinta e comentou: " Não deixa de ser motivo de reflexão para todos nós que, afinal, estes tipos de matérias devem ser investigadas e denunciadas. No caso do Football Leaks deu origem à edição de dois livros. Não sei alemão, mas encontro lá palavras que me são familiares, começadas por B e acabadas em A. Benfica. A palavra Benfica é que foi fatal para a forma como se olhou para o Football Leaks e para as revelações feitas neste programa. Agora, neste caso do Luanda Leaks, que não tem nada a ver com desporto, então aqui já podemos todos debruçar-nos sobre estes comportamentos errados e ilegais".
Sem travão, o diretor portista continuou: "Não deixa de ser curioso que, quando houve todas as revelações que para a atualidade portuguesa até seriam mais picantes, fossem as divulgações feitas aqui ou as do Football Leaks, nenhuma entidade governamental se pronunciou. Quando questionados diziam que há um tempo para a Justiça. Agora, já vemos membros do governo comentar estas coisas".
Por fim, sobre este tema, deixou uma garantia: "Os próximos tempos servirão para percebermos mais algumas coisas sobre estes leaks. Entrámos numa era em que a informação circula com muita rapidez e, mais tarde ou mais cedo, as coisas acabam por saber-se. Há quem esteja mais à vontade e quem esteja menos à vontade. Pelo lado do F. C. Porto, não temos nada a temer".
Francisco J. Marques não quis foi comentar o facto de Eduardo Pires, juiz desembargador do Tribunal da Relação do Porto, ter pedido escusa do processo dos emails por ser benfiquista. "Como é público, fui condenado em primeira instância neste mesmo assunto, que está, agora, em recurso e é o Tribunal da Relação que o vai analisar. Por respeito à Justiça, eu não vou dizer absolutamente nada. Vou esperar tranquilamente, vou-me manter em silêncio", explicou Francisco J. Marques.