Frederico Varandas: "Arbitragem? Há este silêncio porque o Benfica está no primeiro lugar"
O presidente do Sporting garantiu, esta terça-feira, que o regresso de Cristiano Ronaldo a Alvalade nunca esteve em cima da mesa e que a renovação com Ruben Amorim está a ser pensada.
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Depois da eliminação da Taça de Portugal e de resultados menos positivos que deixaram o Sporting a 12 pontos do líder Benfica, Frederico Varandas deu a primeira entrevista para abordar o momento dos leões. Numa altura em que o nome de Cristiano Ronaldo está nos holofotes depois da entrevista e Piers Morgan, o presidente do Sporting garantiu que um regresso do internacional português a Alvalade nunca esteve em cima da mesa.
"É importante preservar o legado histórico e único que Cristiano Ronaldo vai deixar ao desporto mundial, quer se goste ou não. Vejo Cristiano Ronaldo como o melhor futebolista português de todos os tempos, um dos melhores do futebol mundial. Será sempre a bandeira da formação do Sporting. A nossa academia tem o nome dele. É um orgulho termos formado o melhor jogador português de todos os tempos. Regresso? Nunca houve rigorosamente nada. Por respeito a Ronaldo, ao Manchester United e à Seleção Nacional, não vou alimentar nenhuma novela", começou por dizer Frederico Varandas, em entrevista à RTP 3.
Se o regresso de Cristiano Ronaldo a Alvalade nunca esteve em cima da mesa, o mesmo não se pode dizer da continuação de Ruben Amorim no comando técnico dos leões, com Varandas a garantir que a renovação de contrato, com duração até 2024, está a ser ponderada.
"Estamos completamente alinhados no projeto desportivo. Amorim tem contrato até 2024, sabe o que queremos além de 2024. Ele é e foi uma peça fulcral no clube. Hoje pagaria 15 milhões por Ruben Amorim. E a renovação de contrato está em cima da mesa", garantiu. Quanto ao momento desportivo do clube verde e branco, o líder apontou para as lesões de alguns jogadores.
"Existe uma crise de resultados, sim, é evidente, mas não existe crise estrutural, de competência do treinador. Jogamos como equipa grande, criamos mais oportunidades de golo do que nos últimos anos, não temos sido eficazes. Nos dois primeiros anos de Ruben Amorim, tivemos duas lesões graves. Em seis meses, esta época, tivemos sete. Bragança, Neto, St Juste... Chegámos a ter centrais de fora. Não há quem aguente quando se tem seis, sete lesões. Temos tido lesões muito importantes. Não concordo que a equipa jogue mal. Arbitragem? O Sporting não está a desculpar-se dos 12 pontos com a arbitragem. Há este silêncio porque o Benfica está no primeiro lugar. Se estivesse em segundo ou terceiro não era assim", acrescentou.
Saída de Matheus Nunes? A culpa é do fair-play financeiro
Sobre o mercado de transferências, marcado pela saída de Matheus Nunes, Frederico Varandas adiantou que a saída d atleta se deveu a questões de tesouraria. "Fizemos 78,5 milhões de euros em vendas. Ficámos abaixo da média do que Sporting tem vendido antes da covid-19. Por que faço? Por tesouraria e questões de fair-play financeiro. O F. C. Porto, campeão nacional, fez vendas de mais 120 milhões de euros. Se não fizesse aquelas vendas, estaria fora das competições europeias. Não tinha de ser vendido o passe do Matheus Nunes, o Sporting tinha de vender cerca de 80 milhões de euros. Tinha de ser? Tinha. Mas não é só o Sporting que vende. Benfica e F. C. Porto têm décadas a vender acima de 80 milhões de euros. O problema não está em vender Matheus Nunes. Mas se o meu treinador ficasse satisfeito era louco", atirou.
"Não acho justo não haver jogadores do Sporting na seleção"
Com o Mundial do Catar prestes a começar, a convocatória de Fernando Santos já foi anunciada, sem qualquer jogador do Sporting. Algo com o qual Frederico Varandas não entende: "Não consigo concordar com o facto de dois jogadores do Sporting não estarem na Seleção. Gonçalo Inácio e Pote. Gonçalo Inácio é titular no Sporting desde os 18 anos. Há dois anos e meio que é titular no Sporting. A questão não é não ir ao Mundial, é não ser internacional A. O Pote também não está. E tem havido um critério que eu não percebo. Não gostei de ver e custa-me perceber", concluiu.