O funeral do antigo campeão de ralis Américo Nunes, considerado um dos melhores pilotos portugueses de todos os tempos, realiza-se no sábado às 11:00 no cemitério da Ajuda, em Lisboa.
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Fonte da família do "Senhor Porsche", como era apelidado no meio automobilístico, disse à agência Lusa que no sábado de manhã decorrerá uma missa de corpo presente às 10 horas na Igreja de Santo Condestável, em Campo de Ourique, onde o corpo vai estar em câmara ardente a partir das 17 horas desta sexta-feira.
Após a missa de corpo presente, no sábado, o funeral do antigo piloto, que morreu na quinta-feira em Lisboa, aos 87 anos, vítima de doença prolongada, segue para o cemitério da Ajuda, em Lisboa.
Nascido em Lisboa, Américo Nunes construiu o que é considerado "um palmarés invejável" ao longo de uma carreira de 20 anos, dividida entre ralis e velocidade, obtendo um total de nove títulos de Campeão Nacional e 183 vitórias, absolutas e no grupo, entre velocidade e ralis.
Começou a correr em 1962, retirou-se em 1983 e foi sempre conhecido pela sua forte ligação aos Porsche, carros que celebrizou no automobilismo português, tendo um deles ficado conhecido como a "bomba verde".
Obteve nove títulos de campeão português, sendo que o primeiro de ralis data de 1965 e o último de 1978. A última prova que realizou foi o Rali das Camélias de 1983, ao volante de um Porsche 911, de três litros.
Até há pouco tempo, Américo Nunes conduzia um Porsche Carrera 2 (modelo 993) o mesmo modelo da marca de Estugarda que gostava de conduzir no dia-a-dia.
De acordo com dados biográficos, Américo Nunes, que começou como bate-chapas, construiu toda a sua reputação "com base no esforço, na dedicação e num inegável talento para a condução" desportiva, e o seu primeiro Porsche foi um carro acidentado que recuperou com as próprias mãos.
Devido a contrariedades financeiras, "as corridas surgiram tardiamente na sua vida, apenas aos 33 anos. No entanto, o talento natural de Nunes saltava à vista de qualquer um, e foi apenas uma questão de tempo até que Evaristo Saraiva - amigo de longa data e piloto de motociclismo - o convencesse a entrar nos ralis: 'tens o Porsche e podemos pagar as despesas a meias'".
Segundo o site "Razão Automóvel", apesar de algo hesitante, Américo Nunes acabou por se entusiasmar e decidiu participar com Evaristo no campeonato de iniciados de 1962, organizado pelo clube Arte e Sport, ao volante de um 356 B Coupé Karmann.
Sem saberem, estavam a dar início a uma aventura que se prolongaria por duas décadas e que se saldaria por nove títulos nacionais