Equipa matosinhense, que milita na 1.ª Divisão da Associação de Futebol do Porto, atravessou um período negro e foi resgatada por sócios que não a queriam "deixar morrer".
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Por vezes, é nos momentos mais sombrios que descobrimos o melhor de nós e o Futebol Clube de Perafita é um exemplo perfeito disso mesmo. Amordaçado por uma extensa lista de dívidas, e em risco de fechar as portas, foi salvo por um grupo de sócios, liderado por Israel Costa, que simplesmente não queriam "deixar o clube morrer".
Por agora, está em processo de recuperação para alimentar o sonho de voltar à glória dos velhos tempos e o presidente só quer que os problemas estanquem. "O meu maior receio é ir ao correio e ter outra dívida para pagar, que até ao momento desconheça. A maior luta que aqui temos é regularizar a situação financeira para depois começarmos a pensar fazer o clube crescer", revela Israel Costa.
Efetivamente, a gestão anterior afastou patrocínios, sócios e terminou com os escalões jovens. Uma das maiores tarefas da Direção é "restaurar a credibilidade do Perafita" para conseguir um dos grandes objetivos do mandato: recuperar a formação para que esta possa servir de base ao renascer do clube filiado na A. F. Porto, e já houve uma luz ao fundo do túnel.
"Para voltar a captar miúdos, organizámos um treino aberto grátis para quem quisesse. Quando acordei e vi a chuva torrencial, pensei que iria ser um desastre, mas, mesmo assim, fui para o campo. Ao chegar, vi 30 miúdos cheios de vontade de jogar futebol e não consigo descrever a alegria que senti. Este é o caminho que queremos seguir", conta Israel Costa, que desenvolveu a paixão pelo Perafita ao acompanhar o filho quando este jogava no clube.
Embora no plano financeiro as coisas não estejam perfeitas, desportivamente os objetivos vão sendo cumpridos. No sétimo lugar da 1.ª Divisão, o objetivo da permanência está praticamente garantido e Israel Costa acredita que a médio-longo prazo conseguirá colocar o clube a lutar por outras metas, mas agradece todo o trabalho realizado pelo atual treinador, Sandro Mendes, que com um plantel curto conseguiu o pretendido.
"Uma das maiores dificuldades é motivar esta malta, porque como é um plantel jovem há muitas distrações. Mas temos uma base forte e, com reforços estratégicos, ainda vamos fazer coisas bonitas", diz o técnico, algarvio de nascença.