Associações preocupadas, pois há recintos em que os familiares se amontoam no exterior. Federação cria torneios nacionais de sub-19, sub-17 e sub-15 para substituir campeonatos parados há 426 dias.
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A proibição da presença de público nos estádios e campos de futebol estende-se ao futebol de formação, pelo que os pais estão proibidos de verem os jogos dos filhos. No entanto, as associações de futebol têm dúvidas do cumprimento da norma, sobretudo quando há campos sem bancadas onde apenas uma rede separa o recinto desportivo da via pública.
"Entendemos que há maneiras de o público estar de forma ordenada dentro dos estádios, numa percentagem a definir", defende José Manuel Neves, presidente da Associação de Futebol do Porto. O dirigente avisa que a realização de jogos em estádios ou campos com bancada, permitindo a presença de público, seria "preferível do que ter gente amontoada fora do estádio sem nenhum tipo de critério ou proteção individual".
O aviso é partilhado por Manuel Machado, presidente da Associação de Futebol de Braga: "As forças de segurança é que têm de fazer cumprir essas regras, mas na realidade não vai ser nada fácil". Para além de existirem jogos dos escalões de formação sem policiamento, há outros em que os adeptos ficam dispostos na via pública e é nestes casos em que será mais difícil a dissuasão, entende o dirigente de Braga: "Vai ser preciso uma grande capacidade de sensibilizar por parte dos agentes públicos, porque a paixão dos pais é sempre muita".
A retoma significou, para muitos pais, um novo investimento em equipamentos, pois os antigos já não serviam, para além daqueles que tiveram de suportar os testes em regiões sem financiamento associativo ou municipal.
Jovens voltam à competição no dia 8 de maio
O dia 8 de maio marcará o regresso de milhares de jovens aos campos de futebol para reiniciarem as competições oficiais nacionais. Depois de 426 dias de paragem devido à pandemia de covid-19, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) dará início a torneios nacionais de sub-19, sub-17 e sub-15, que se prolongam até 27 de junho.
Na impossibilidade de ter datas disponíveis no calendário da época 2020/2021, que termina a 30 de junho, para realizar os campeonatos nacionais, o organismo federativo criou um modelo competitivo mais curto e com mais séries, dividindo as equipas com base no ranking e localização geográfica. Não haverá subidas, nem descidas, e não serão entregues troféus.
Segundo apurou o JN, nesta fase, mais do que saber quem ganha ou perde, o objetivo da FPF é devolver aos jovens a alegria de voltarem a pisar os relvados e, ao mesmo tempo, minimizar os efeitos de tão longa paragem.
Assim, nos torneios nacionais de sub-19 da 1.ª Divisão, sub-17 e sub-15 as oito melhores equipas foram separadas em dois grupos de quatro, que jogarão a uma volta. Findo o primeiro momento competitivo, será iniciado a segunda fase, com as equipas da série A a defrontarem as da B também a uma volta, que só acontecerá se os números da covid-19 o permitirem. Caso não seja possível, as duas séries avançam para a segunda volta.
Nos sub-15 salta à vista a ausência do Benfica, que só competirá nos dois escalões mais velhos, uma vez que nos mais novos já se tinha comprometido a disputar uma prova com mais equipas e, no seu entender, mais competitiva.
Quanto aos restantes clubes, foram divididos por duas (sub-19 da 1.ª Divisão), sete (sub-17) ou 13 séries (sub-15), na grande maioria com quatro equipas, havendo grupos com cinco ou seis. A partir da série C em diante a competição será a duas voltas.
Nos sub-19 da 2.ª Divisão não houve distinção por ranking, sendo que as 20 equipas foram divididas por cinco séries de quatro.
As jornadas estão agendadas para os oito fins de semana a partir de 8 de maio e até 27 de junho, bem como nos feriados de 3 e 10 de junho.