Estudantes e ao mesmo tempo ciclistas tentam preparar o futuro profissional, antecipando o inevitável fim de carreira na modalidade
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Fecharam os livros dos estudos por umas semanas, mas não descartam as ambições académicas. Assim acontece com vários dos jovens ciclistas deste pelotão da Volta a Portugal, que vão tentando conciliar a carreira profissional na modalidade com a frequência no ensino superior, numa conjugação que exige sacrifícios.
"As dificuldades vão aumentando na mesma medida que as responsabilidades do curso. Tento aproveitar a época baixa do ciclismo para estudar e vice-versa. Mas há sempre constrangimentos nos horários", partilhou, ao JN, André Ramalho, corredor da LA-Alumínios/Credibom/MarcosCar, que está a tirar um doutoramento em engenharia mecânica, na Universidade Nova de Lisboa. O futuro doutor confessou que já teve de levar os livros para algumas provas, para não perder o fio à matéria "estudando antes e depois da corridas", com o apoio dos colegas de equipa.
Já António Ferreira (Kelly /Simoldes/UDO) está a tirar gestão, na Faculdade de Economia do Porto, para "preparar o futuro após a carreira no ciclismo", mas reconhece que o curso "é para ir sendo feito". "É difícil conciliar as cinco horas de treino por dia, com a frequência das aulas e as datas dos exames, mas os colegas de turma vão-me ajudando com a matéria", explicou o futuro gestor, que admite aplicar os conhecimentos a gerir uma equipa.
Mais uma ferramenta
Menos preocupado com o seu futuro profissional, mas igualmente empenhado nos estudos, mostrou-se o espanhol Ángel Sánchez ( Tavfer/Mortágua/Ovos Matinados), que estuda Belas Artes na Universidade de Pontevedra. "Não sei se me vai garantir o futuro profissionalmente, mas é mais uma ferramenta de trabalho", salientou.