Na final deste domingo da Liga das Nações, Mbappé marcou o golo que deu o troféu à França. O lance gerou muita polémica pela suposta posição irregular do avançado, com os jogadores espanhóis a pedirem fora de jogo.
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A final da Liga das Nações ficou marcada pela polémica em torno do golo de Mbappé. O avançado parte de posição adiantada no momento do passe de Theo Hernández, e os jogadores espanhóis ficaram a pedir fora de jogo. O lance teve direito à revisão do videoárbitro, que validou o golo devido a um toque subtil de Eric García na bola.
"Toco na bola com o calcanhar e o Mbappé está fora de jogo. O árbitro disse-me que como lhe toquei, tenho intenção de a jogar, explicou que deveria ter-me afastado do lance, que é essa a regra. É uma jogada com um fora de jogo claro, nenhum defesa podia, alguma vez na vida, afastar-se", disse García aos jornalistas após o encontro.
Para a jogada ser considerada fora de jogo, Eric García não poderia tocar ou tentar jogar a bola intencionalmente ou Mbappé teria de importunar de forma ativa a ação do defesa espanhol, como por exemplo, distraindo-o ou disputando a bola com ele.
Em declarações ao JN, Paulo Pereira, ex-árbitro, referiu que o golo foi "bem validado" e que a lei foi bem aplicada, no entanto, discorda da "moralidade do lance". "É injusto para quem gosta de futebol. O Mbappé está fora de jogo mas como o defesa jogou a bola intencionalmente desmoronou essa lei. É um convite para os jogadores não jogarem, ele tocou de leve mas deu golo e uma final foi perdida, é uma injustiça", revelou.
Paulo Pereira acredita que esta lei seja alterada, sugerindo, por exemplo, que para não ser fora de jogo o defesa tenha de fazer um passe deliberado para outro colega e que se retire a regra da intenção de jogar a bola.
José Leirós tem a mesma opinião acerca da validação do golo, mas contrasta na perspetiva sobre a lei. "Foi um decisão fantástica e competente da equipa de arbitragem inglesa que estava no VAR e que corretamente validou o golo. A lei diz que o futebolista só deve ser punido se tomou parte ativa no jogo, jogando ou tocando a bola quando ela foi passada ou tocada por um colega de equipa", disse ao JN.
O antigo árbitro explicou que um futebolista não tira partido da posição de fora de jogo "quando recebe a bola de um adversário que a jogou deliberadamente". Leirós refere que Eric García jogou a bola de forma intencional e por consequência Mbappé não beneficiou da posição ilegal. "O espanhol deliberadamente quis disputar o lance, não houve interferência negativa do adversário. Se não o fez de forma mais eficaz o francês não tem culpa e a equipa de arbitragem também só podia cumprir a lei validando o golo".
Relativamente à lei do fora de jogo, Leirós não propõe nenhum tipo de alteração, referindo-se a ela como "filosoficamente bela, a mais bonita e difícil do futebol".