Quando o colombiano confirmou, esta segunda-feira, o final da carreira, o futebol português não se despediu apenas de um dos melhores avançados que viu nos últimos anos.
Corpo do artigo
Também ficou sem um exemplo de superação como poucos, alguém que dedicou os últimos anos a tentar prolongar o sonho que nasceu em Quibdó, na Colômbia, quando o físico já atrapalhava mais do que ajudava.
Jackson nunca mais foi o mesmo depois daquela grave lesão no tornozelo, em 2015/16, que o afastou dos relvados durante dois anos, mas foi suportando limitações inimagináveis até onde foi possível. "Dei tudo para voltar a jogar nas melhores condições este desporto que tanto me apaixona, mas foi muito difícil fazê-lo como desejava", escreveu, na carta de despedida.
De Jackson, são os portistas e o F. C. Porto que melhores recordações guardam. Depois de brilhar no futebol mexicano, chegou à Invicta em 2012 e saiu três anos depois por 35 milhões de euros. Marcou 92 golos e foi uma vez campeão. Chegou a ser capitão e tornou-se numa referência dos dragões - foi muito aplaudido quando voltou ao Dragão como adversário. Mas o que parecia estar destinado a uma carreira significativa também internacionalmente, nunca se confirmou.
No Atlético de Madrid, foram só três golos em 22 jogos e foi aí que as lesões começaram a massacrá-lo. Seguiu-se a China, o Guangzhou Evergrande e dois anos perdidos entre operações, médicos, fisioterapeutas e tratamentos.
Na altura, especulou-se sobre a hipótese de terminar a carreira, mas Jackson fez-se forte e ainda aguentou mais dois anos, estes no Portimonense. Quem o via correr, adivinhava-lhe as dificuldades e admirava-lhe a abnegação. "Queria escrever muita coisa, mas nunca terminaria. Simplesmente, obrigado", escreveu. Um exemplo que fica.
F. C. Porto: "Para sempre um de nós"
Não foi de estranhar que muitas das palavras mais sentimentais dedicadas a Jackson Martínez, após o anúncio da retirada, fossem pintadas a azul e branco. Não só o F. C. Porto assinalou o momento com um significativo "para sempre um de nós", como também ex-companheiros no Dragão lhe deixaram homenagens escritas.
Herrera, Maicon, Danilo, Alex Sandro, Óliver Torres e Fernando foram alguns exemplos e todos eles elogiaram o jogador e, acima de tudo, o homem. "Foi uma honra ser seu companheiro. Você sempre foi um exemplo de atleta e de pessoa", escreveu Danilo. Já Gonçalo Paciência recordou os ensinamentos. "Obrigado por tudo o que aprendi contigo", teclou o avançado.