Benfica, F. C. Porto e Sporting estão perto de atingir, só na presente temporada, a barreira dos 150 milhões de euros em compras.
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Longe vão os tempos em que a política de contratações dos três grandes de Portugal visava, sobretudo, os jogadores baratos, com grande margem de progressão e em início de carreira. Esta temporada, Benfica, F. C. Porto e Sporting optaram por assegurar, de forma vincada, jogadores já feitos, que pudessem ter entrada direta nos respetivos onzes. Naturalmente, para contratarem futebolistas desse cariz, tiveram de abrir os cordões à bolsa e acabaram por bater, em conjunto, um recorde de gastos em reforços. De acordo com os dados disponibilizados pelo site especializado em mercado, Transfermarkt, uma vez que os valores de muitos negócios não foram tornados públicos, os três grandes, juntos, estão prestes a atingir os 150 milhões em compras. E o mercado de janeiro ainda agora abriu...
Destas contas foram excluídos os gastos com empréstimos, como por exemplo, os dois milhões de euros que o Sporting desembolsou para garantir a cedência de Jesé Rodríguez, junto do PSG.
Mesmo tendo assegurado menos jogadores, em número, do que o F. C. Porto, o campeão nacional, Benfica, foi aquele que mais milhões investiu no reforço do plantel que está a lutar pelo bicampeonato. Aliás, os 20 milhões pagos na presente janela de transferências, por Julian Weigl - o mesmo valor desembolado por Raúl de Tomás, no verão -, quase que chegavam para garantir a totalidade dos reforços assegurados, até ao momento, pelo Sporting.
Dos três grandes, aliás, os leões são os únicos que não bateram, esta temporada, o recorde de compras. Na última década, superaram várias vezes os 20,5 milhões gastos na presente temporada, em contratações. Quanto a águias e dragões, esses estão a investir na equipa principal como nunca antes se viu. E, recorde-se, ainda há praticamente mais um mês de mercado pela frente.
Quatro acima dos 10M€
Tenham ou não ficado nos respetivos plantéis principais, a verdade é que do total de 17 jogadores comprados por Benfica, F. C. Porto e Sporting, apenas quatro tiveram um custo superior a 10 milhões de euros. Três deles estão ao serviço de Bruno Lage e o outro é orientado por Sérgio Conceição. Os benfiquistas Weigl e Raúl de Tomas custaram 20 milhões de euros cada um e, num patamar ligeiramente inferior, Vinícius custou 17 milhões aos cofres das águias. Já a SAD azul e branca desembolsou 12 milhões de euros por 50% dos direitos económicos de Nakajima. Por fim, o leão mais caro foi Vietto: 7,5 milhões.
Mil milhões de euros à vista em reforços nas últimas dez épocas
Salvo raras exceções, como, por exemplo, a transferência de Cristiano Ronaldo, do Manchester United para o Real Madrid, no verão de 2008, foi nas últimas dez temporadas que se fizeram as transferências mais avultadas da história do futebol. Portugal não fugiu à regra e, nesse período, os chamados três grandes, que são também os que têm maior poder de compra no nosso país, fizeram, juntos, um investimento de quase mil milhões de euros em reforços.
Neste dado particular, são os dragões que lideram a tabela, com um ligeiro ascendente sobre o Benfica. No total das dez temporadas, o F. C. Porto investiu qualquer coisa como 367 milhões de euros, enquanto as águias andam na casa dos 365 milhões. O último lugar deste pódio pertence ao Sporting, com 210 milhões investidos em contratações.
Esta diferença de valores gastos no reforço das respetiva equipas também pode servir como espelho para o facto de, no período em análise, a conquista do principal título do calendário futebolístico português ter sido dividida entre Benfica e F. C. Porto.
Ainda assim, foi em 2016 que o Sporting fez a contratação mais cara da história do clube de Alvalade e a única acima dos 10 milhões de euros. O avançado holandês Bas Dost obrigou a SAD leonina a desembolsar perto de 12 milhões de euros para assegurá-lo junto do Wolfsburgo, da Alemanha.
No Benfica, a contratação mais cara da década foi a do avançado mexicano Raúl Jiménez, agora jogador do Wolverhampton, que obrigou a um investimento de 22 milhões de euros, pagos ao Atlético Madrid. Depois disso, mais concretamente na presente temporada, o Benfica ainda desembolsou duas dezenas de milhões de euros pelo atacante Raúl de Tomás e o médio Julian Weigl.
No que toca ao F. C. Porto, os maiores registos de compras, na década em análise, foram feitos nas contratações de dois médios. Tanto Óliver Torres, oriundo do Atlético Madrid, como Giannelli Imbula, então no Marselha, custaram 20 milhões de euros. Já nenhum dos dois representa o F. C. Porto. Aliás, o francês só se manteve no Dragão por meia temporada.