Avançado inglês não joga desde janeiro de 2022, quando foi denunciado por violação. Premier League fechou-lhe a porta.
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Para o Getafe é como se o problema não existisse. Viu a oportunidade de contratar um dos jogadores mais promissores do futebol inglês, pôs-se a mexer para a transferência acontecer e, no último dia do mercado, anunciaram-na com toda a pompa e circunstância. Que o futebolista em questão esteja longe dos relvados desde fevereiro de 2022 e escondido de toda a vida social, por suspeitas de violência e abuso sexual, não é sequer um pormenor, muito menos um peso na consciência. “Fizemos o que fazemos: contratar jogadores que estão disponíveis. Não temos de lidar com questões extra-futebol”, explicou-se Rubén Reyes, diretor desportivo do clube espanhol. Mason Greenwood foi apresentado ao som de foguetes e perante três mil adeptos, que cantaram por ele e que lhe pediram autógrafos e fotografias. Nas bancadas do Estádio Coliseum Alfonso Pérez também estava Harriet Robson, ainda a namorada do internacional inglês depois de o ter denunciado por agressões físicas e violação, deixando-lhe a carreira num limbo, a vida em suspenso e o carácter sempre sob suspeita daí em diante.
Mais de ano e meio depois de ter jogado oficialmente pela última vez, num Manchester United-West Ham, Greenwood prepara-se, então, para regressar ao ativo, agora que já não tem contas a prestar à Justiça, não por ter sido ilibado das acusações mas porque o Crown Prosecution Service decidiu fechar o caso devido a uma série de acontecimentos que inviabilizavam “uma perspectiva realista de condenação”. O facto de o jogador correr atrás da carreira longe de Inglaterra e num dos emblemas mais modestos da liga espanhola não é um caso. Durante o defeso, ainda se falou em ser reintegrado no plantel do Manchester United, contudo só essa mera possibilidade logo provocou revolta nas redes sociais, nos adeptos e em figuras importantes dos “red devils”, caindo por terra quase imediatamente. De resto, todo o futebol inglês, de dirigentes a adeptos, fechou-lhe as portas, também precavidos contra a repercussão que a contratação de alguém com um alegado cadastro tão medonho teria na imagem dos clubes e no ambiente das equipas.