O "Groupama" venceu este sábado a regata costeira de Lisboa da Volvo Ocean Race em vela e aumentou para oito pontos a vantagem sobre os espanhóis do "Telefonica" na classificação geral.
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A equipa de Franck Cammas soma 189 pontos contra os 181 do "Telefonica", de Iker Martinez, tendo precisado de 61.22 minutos para completar o percurso em vaivém entre Pedrouços e o Terreiro do Paço e um outro mais pequeno quase em frente à Torre de Belém.
O "Puma" ficou na segunda posição da "in-port-race" de Lisboa, com mais 22 segundos e cinco pontos, seguido do "CAMPER", a 1.08 minutos e quatro pontos, "Abu Dhabi", a 1.46 e três pontos, "Team Sanya", a 3.28 e dois pontos, e Telefonica, a 4.17 e um ponto.
Na classificação geral, o "Groupama" lidera com 189 pontos, o "Telefonica" soma 181, o "Puma" 176, o "CAMPER" 166, o "Abu Dhabi" 107 e o "Sanya" 34.
O "Groupama" largou melhor, aproveitando o vento quase de "popa" (média intensidade de sudoeste, com 16 a 18 nós) que se fazia sentir, e nunca mais deixou o comando, conseguindo a segunda vitória em regatas costeiras, depois do triunfo em Itajaí, no Brasil.
"Fizemos um grande trabalho na largada. Não sou muito bom nas largadas, mas treinámos bastante as saídas à popa e aqui são bastante difíceis. Temos de fazer muitas coisas em 10 segundos, mas foi uma largada muito boa e tornou tudo mais fácil", comentou Cammas, que agora espera uma boa receção por parte dos seus compatriotas em Lorient.
Os franceses escolheram a margem norte do Tejo para o primeiro bordo, onde havia mais pressão (vento), sendo seguido pelo "Puma", "Sanya" e "Telefonica", enquanto o "Abu Dhabi" e o "CAMPER" optaram por um bordo mais a sul.
Um erro do "Telefonica" ao obstruir a passagem do "Puma" obrigou o barco espanhol a penalizar (volta de 360 graus), após a largada, tirou os espanhóis da luta pela primeira posição, deixando caminho aberto ao "Groupama".
"Tivemos um resultado muito mau. Lutámos muito na largada e o júri tomou uma decisão que praticamente sentenciou a regata. Foi muito injusto o que aconteceu. Os júris têm de tomar a decisões corretas e estou totalmente convencido de que foi uma decisão totalmente incorreta. Estou convencido de que temos razão", afirmou Iker Martinez, à chegada à Doca de Pedrouços.
Ken Read confirmou o "protesto" do Puma, que levou à penalização do Telefonica, e comentou: "Acho que os juízes fizeram o que está correto".
Uma fonte do júri explicou à Lusa que as duas embarcações seguiam lado a lado, muito perto, mas o Telefonica aumentou subitamente de velocidade e registou-se "um pequeno contacto entre as velas", o que levou à penalização da equipa espanhola.
Na primeira marca, em frente ao Terreiro do Paço, o Groupama passou com uma curta vantagem sobre o CAMPER, que manteria quase até final, quando a equipa neozelandesa, liderada por Chris Nicholson, perdeu a segunda posição para o PUMA, de Ken Read.
O Telefonica voltaria a estar em destaque pela negativa na quarta e última "perna" da regata, ao deixar cair a vela balão à água, para desespero do olímpico Iker Martinez, sofrendo um novo atraso.
A regata foi disputada com vento médio, tendo proporcionado imagens de rara beleza, com a zona histórica de Lisboa em pano de fundo, enquadrada pelo Cristo Rei, a Ponte 25 de Abril e dezenas de embarcações, entre as quais os navios escola Sagres -- de onde foi dado o tiro de largada e chegada - e o Creoula.
Na retina de muitos do que viram na televisão e no "livestream" da Internet ficou o impressionante cruzamento entre o CAMPER e o Abu Dhabi -- com o treinador do Sporting Sá Pinto a bordo -, por debaixo da 25 de Abril, repleta do habitual trânsito.
Uma regata costeira que fez lembrar a "in-port-race" de Auckland, a 17 março, embora os comentadores tenham por diversas vezes referido a beleza das imagens pela proximidade entre os barcos e as duas margens do rio.
A oitava regata oceânica da Volvo Ocean Race inicia-se domingo, pelas 13.00 em direção a Lorient, França, numa distância de 1.940 milhas náuticas. A prova termina a 07 de julho em Galway, Irlanda.