Movimento Leça que Futuro diz ter pedido assembleia geral extraordinária para destituir a atual direção mas que foram "ameaçados" com expulsão de sócios
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O grupo de sócios do histórico Leça F.C. queixa-se de lhe ter sido negada a realização de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para destituição da atual direção do clube, e consequente marcação de eleições, e denunciou que os subscritores dessa petição foram "ameaçados" de perder os seus direitos como associados.
O relato foi feito pelos responsáveis do Movimento Leça de Futuro, que contempla algumas dezenas de sócios, com idades compreendidas entre os 28 e 45 anos, que descontentes com a gestão da atual direção, liderada pelo presidente António Pinho, pretendiam um ato eleitoral antecipado no clube.
"Desde o final da época 2020/21, quando a equipa subiu de divisão desportivamente, mas na secretaria não foi admitida, por falta de certidões, começamos a mostrar o nosso descontentamento", introduziu ao JN Rui Pedro Carvalho, um dos fundadores do movimento, criticando, também, "o processo de criação da SAD e a forma como agora, a atual direção, quer romper o vínculo que celebrou com esses investidores".
"Perante estas situações, demos um passo em frente apresentamo-nos como candidatos a assumir a direção. Requeremos, com 58 assinaturas, a marcação de uma assembleia geral de destituição, mas como não queríamos fraturas nem antagonismos aceitamos um convite para discutir uma passagem de testemunho tranquila", explicou Rui Pedro Carvalho.
No entanto, o elemento do movimento disse "que quando estava tudo acordado para a atual direção se demitir e serem marcadas eleições no início de 2023", terá sido dito que "ficava tudo sem efeito". "Decidimos, então, avançar com entrega das assinaturas para realização de AGE, mas numa comunicação do Conselho Fiscal foi dado um parecer negativo e com uma ameaça implícita de expulsão dos associados signatários, evocando o artigo 22 do clube", partilhou Rui Pedro Carvalho.
Clube ainda lida com dívidas de um milhão
A atual direção, liderada por António Pinho, nunca escondeu que a situação económica do Leça "é delicada, mas tem sido controlada ao longos dos anos", confirmando, recentemente, ao JN, dívidas de cerca de 1 milhão de euros, nomeadamente ao Fisco e Segurança Social, embora, em alguns casos, com planos de pagamento em vigor. Confrontados com estas denúncias do Movimento Leça de Futuro, o dirigente, não quis fazer comentários. A próxima data para a realização de eleições no clube será no final da presente época desportivo, em meados de 2023, algo que os responsáveis do movimento consideram "que pode ser demasiado tarde para a sobrevivência do Leça".