
Pep Guardiola, treinador do Manchester City
Foto: Adam Vaughan/EPA
Pep Guardiola, treinador do Manchester City, concedeu uma entrevista à rádio "Rac 1", na qual comentou a iniciativa de um jogo solidário entre Catalunha e a Palestina, assim como respondeu sobre um eventual regresso ao Barcelona.
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A seleção da Catalunha vai defrontar a Palestina, na terça-feira, no estádio Olímpico Lluis Companys, em Barcelona, num jogo de caratér solidário e que contará, por exemplo, com o arsenalista Pau Víctor entre os protagonistas.
Uma iniciativa promovida pela plataforma ACT X PALESTINE e que até ao momento vendeu mais de 25 mil bilhetes para um complexo capaz de acolher 50 mil pessoas.
Pep Guardiola, treinador do Manchester City, destacou a importância do evento, mas deixou algumas críticas à sociedade. "É um jogo mais do que simbólico. Hoje em dia, tudo é conhecido e, com esse confronto, os palestinianos verão que existe uma parte do mundo que pensa neles. O mundo deixou a Palestina sozinha. Não fizemos absolutamente nada. Eles não têm culpa por terem nascido lá. Todos nós permitimos que um povo inteiro fosse destruído. O dano já está feito e é irreparável", começou por dizer à rádio "Rac 1", da Catalunha, antes de se aprofundar no tema.
"Não consigo imaginar ninguém neste mundo que possa defender os massacres em Gaza. Os nossos filhos poderiam estar lá e ser assassinados simplesmente por terem nascido. Tenho muito pouca fé nos líderes. Eles farão o que for preciso para se manterem no poder", acrescentou.
No entanto, o técnico espanhol vê que esta iniciativa poderá trazer alguma consciêncialização e até felicidade. "O simbolismo ajuda a alertar, mas tem de haver algo por trás disso. Há sempre um motivo para fazer uma manifestação e, neste caso, é um jogo de futebol. É simbólico, mas é melhor que os palestinianos possam pensar que, por um tempo, estamos lá e que o estádio lhes traz alegria", referiu.
Quanto a nível profissional, Pep Guardiola respondeu a um possível regresso ao Barcelona: "Não rejeito o Barça. A vida é feita de etapas e agora certamente existem jovens treinadores que têm o mesmo entusiasmo que eu tinha naquela época".

