Depois de os treinadores Jurgen Klopp (Liverpool) e Ralf Rangnick (Manchester United) terem vindo criticar a calendarização do futebol britânico, foi a vez de Pep Guardiola voltar à carga, sugerindo mesmo uma greve para fazer com que "jogadores e treinadores" sejam ouvidos.
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"Deviam os jogadores e os treinadores juntarem-se e fazer greve? As palavras não vão resolver nada. Para a FIFA, Premier League e as estações de televisão, o negócio é mais importante do que o nosso bem-estar", afirmou o treinador do Manchester City.
Para Guardiola, a resistência da Premier League em permitir as cinco substituições é o melhor exemplo da "falta de voz" que os principais intervenientes do jogo se queixam. Curiosamente, em Inglaterra, foram os clubes a pedir o regresso às três substituições, à exceção do que aconteceu no resto da Europa "Todo o mundo tem cinco substituições, aqui ainda são três. Digam-me um argumento que proteja mais a saúde dos jogadores do que este. Aqui toda a gente decide por nós", salientou Guardiola.
O técnico dos "citizens" não deseja um cenário drástico, mas pede mudanças para proteger os jogadores, considerando que a tradição do Boxing Day não é o problema. "É isso que torna esta liga única, não a mudava por nada", assume o espanhol, apontando o principal problema como o excesso de jogos ao longo do ano. "O problema são os jogos, os calendários. 365 dias por ano, muitos jogos e provas, mais as seleções. Os jogadores têm duas a três semanas de férias no verão e depois começa tudo outra vez. Agora temos cinco ou seis jogos adiados em várias equipas. Temos de nos adaptar a esta situação nas próximas duas semanas", acrescentou na antevisão do jogo com o Leicester, no domingo.
Para se perceber a dimensão do problema jogadores como Ederson (48), Bernardo Silva (45) e Rúben Dias (50), todos do City, participaram em mais de 40 jogos na temporada transata.