O britânico Lewis Hamilton tornou-se hoje o primeiro campeão mundial de Fórmula 1 ao volante de um carro totalmente construído pela Mercedes, desde que o argentino Juan Manuel Fangio conquistou o título em 1955.
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Hamilton venceu de forma imperial o Grande Prémio de Abu Dhabi, apesar de apenas precisar de terminar no segundo lugar a 19.ª e última prova do campeonato, independentemente do resultado obtido pelo alemão Nico Rosberg, colega de equipa na Mercedes e o único piloto que o poderia impedir de se sagrar campeão pela segunda vez.
Rosberg, que tinha partido da "pole position", mas na passagem pela primeira curva já estava atrás de Hamilton, começou cedo a debater-se com problemas no motor do seu monolugar e acabou num distante 14.º lugar, a mais de uma volta do britânico, que tinha conquistado o primeiro título mundial de F1 em 2008.
Aos 29 anos, Hamilton juntou-se a alguns dos nomes maiores da categoria rainha do desporto automóvel, numa galeria de bicampeões que já incluía o italiano Alberto Ascari, os compatriotas Graham Hill e Jim Clark, o brasileiro Emerson Fittipaldi, o finlandês Mika Hakkinen e o espanhol Fernando Alonso.
"É realmente o dia mais belo da minha vida. Havia muita pressão neste fim de semana e nem sequer dormi esta noite. 2008 foi especial, mas o sentimento de hoje supera-o", disse Hamilton, adiantando que Rosberg "lutou de forma incrível durante todo o ano" e foi um "adversário fabuloso".
O britânico conquistou a 11.ª vitória do ano, a 33.ª da carreira, fechando com chave de ouro uma época perfeita, voltando a sagrar-se campeão do mundo seis anos depois, agora com um Mercedes do "nariz" ao aileron traseiro, pois em 2008 a marca alemã era apenas fornecedora de motores da Mclaren.
Um sucesso que começou a parecer inevitável a partir da 24.ª volta, quando surgiram os primeiros sinais de problemas no monolugar de Rosberg, que tinha chegado a Abu Dhabi com 17 pontos de atraso e só se mantivesse na luta pelo título porque os pontos valem a dobrar na última prova da temporada.
À medida que Rosberg ia ficando para trás, Hamilton geria de forma cada vez mais confortável a sua vantagem na frente da corrida, completando as 55 voltas ao circuito de Yas Marina em 1:39.02,619 horas, apesar da aproximação na fase final do brasileiro Felipe Massa (Williams-Mercedes).
Massa bem forçou o ritmo nas últimas voltas, mas Hamilton manteve sempre a uma distância de segurança o brasileiro, que terminou a 2,5 segundos do novo campeão mundial, enquanto o finlandês Valtteri Bottas, colega na Williams, foi o terceiro mais rápido, gastando mais 28,8.
Hamilton, que já tinha vencido em Abu Dhabi em 2011, quebrou o reinado de quatro anos do alemão Sebastian Vettel, tornando-se o quarto piloto britânico a conquistar mais de que um título e o primeiro desde que Graham Hill se sagrou bicampeão, em 1968.
O piloto da Mercedes aumentou para 15 o número de títulos conquistados por pilotos britânicos no Mundial de F1, que dominam a lista dos campeões, à frente da Alemanha, com 11 cetros, sete dos quais pela mão do recordista Michael Schumacher, aos quais se juntam Vettel.