Só cinco dos recintos usados no Campeonato do Mundo de Clubes fazem parte do menu do grande torneio de seleções no próximo ano. Cidades com mais risco de tempestades também ficaram de fora.
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O Campeonato do Mundo de Clubes termina amanhã com a realização da grande final entre Chelsea e PSG, um duelo que marca o adeus à mais polémica das competições alguma vez organizadas pela FIFA, que ao longo de um mês trouxe à tona uma série de críticas, desde o calor extremo que as equipas tiveram de suportar às bancadas semi-vazias em muitas partidas, sobretudo durante a fase de grupos, passando pelas condições meteorológicas que levaram à interrupção de seis jogos, incluindo dois do Benfica, que teve de esperar duas horas para disputar a segunda parte do embate com o Auckland City, ainda na primeira fase, e mais duas para concluir a partida dos oitavos de final com o Chelsea.
A um ano da realização do Mundial 2026, que juntará, pela primeira vez, 48 seleções em 16 estádios dos EUA, México e Canadá, são inevitáveis as comparações entre as provas e as preocupações assaltam adeptos e organizadores, embora a FIFA tenha tomado medidas que tornam diferentes as duas realidades. Se quanto ao calor e aos horários a que os jogos serão disputados não haverá grandes mudanças, já quanto à meteorologia e às bancadas vazias o organismo que tutela o futebol mundial parece poder dormir mais descansado.
Das 11 cidades que vão acolher o Campeonato do Mundo do próximo ano nos EUA, apenas cinco também receberam jogos do Mundial de Clubes (New Jersey, Atlanta, Miami, Filadélfia e Seattle), ficando de fora os locais que, em teoria, trazem maior perigo de fenómenos meteorológicos extremos, como se viu nas últimas semanas: dos seis jogos adiados, cinco foram realizados em Orlando (dois), Charlotte, Cincinatti e Nashville, locais que não fazem parte da organização do Mundial de seleções. Nas outras seis cidades-sede, três têm estádios totalmente cobertos (Los Angeles, Dallas e Houston), o que anula o risco de eventuais intempéries afetarem as partidas e as outras situam-se em estados menos propensos a tempestades durante o verão (São Francisco, Kansas City e Boston). Tendo em conta que o estádio de Atlanta também é integralmente coberto, quatro dos 11 recintos escolhidos para o Mundial 2026 têm essa particularidade.
No México, os jogos do Mundial serão realizados na Cidade do México, Monterrey e Guadalajara, ao passo que no Canadá haverá partidas em Toronto e Vancouver, tudo cidades que, habitualmente, também não possuem registos deste tipo de fenómenos. Recorde-se que, por ter 48 seleções participantes, a grande competição do próximo ano incluirá 104 jogos, contra os 63 do Mundial de Clubes, sendo que 78 serão disputados nos EUA, 13 no México e 13 no Canadá.
A um ano de distância e com a maior parte das seleções finalistas ainda por definir (para já, só estão apurados, para além dos três anfitriões, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Irão, Jordânia, Uzbequistão e Nova Zelândia), também não se antecipam para a FIFA os mesmos problemas que existiram no Mundial de Clubes ao nível da venda de bilhetes. Em 2022, no Mundial realizado no Catar, a média de ocupação das bancadas superou os 90%, algo que deverá voltar a acontecer em 2026, embora, por comparação, os estádios escolhidos para o torneio do próximo ano sejam mais difíceis de encher, tendo em conta a enorme dimensão de quase todos os recintos.
Embora ainda não estejam definidos, os horários serão parecidos com os do Mundial de Clubes, havendo dias com quatro jogos, o que levará à realização dos mesmos com muito calor à mistura, sobretudo à hora de almoço, a meio e ao fim da tarde.