Capitão com números inferiores comparativamente ao trajeto para o último Europeu. Leonel Pontes analisa: "É preciso que a bola lhe chegue em condições".
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Na hora de falar dos melhores futebolistas da história, Cristiano Ronaldo assume, sempre, uma posição de destaque. E é por esse motivo que o craque português está constantemente debaixo dos holofotes e da crítica feroz, ainda para mais em momentos delicados, como aquele que está a passar a seleção nacional, após a derrota constrangedora com a Sérvia, que obriga a equipa das quinas a disputar um play-off caso queira marcar presença no Mundial do Catar, em 2022.
CR7 não caminha para novo e, aos 36 anos, a influência na seleção começa a perder fulgor.A frieza dos números diz isso. Nesta fase de qualificação, o avançado esteve num registo q.b., com seis golos em sete jogos (média de 0,86 por jogo). O rendimento seria bom para o comum dos mortais, mas Ronaldo é... Ronaldo. Na qualificação anterior para o Europeu 2020, o capitão português conseguiu uma incrível média de 1,38 golos por partida, fruto dos 11 golos em oito jogos disputados.
Em conversa com o JN, Leonel Pontes, que treinou Cristiano Ronaldo na seleção nacional de 2010 a 2014, aceita a exigência constante que o público coloca no craque das quinas, mas relembra que para o avançado continuar a ser decisivo existem outros fatores que não podem ser esquecidos: "É normal que se faça comparações daquilo que são os números. São evidências. Mas é preciso ter em conta que são tempos diferentes. Apesar de ser um jogador decisivo e de parecer que leva sempre a equipa às costas, só poderá continuar neste registo se a equipa tiver capacidade para o servir em condições".
Para o técnico, 49 anos, Ronaldo continua com o mesmo nível de eficácia, apesar da idade e de ter mudado de posição com o avançar da carreira: "Por vezes procuramos causas, quando no fundo são causalidades. O Ronaldo já foi ala e, agora, é um ponta de lança. Continua com níveis de eficácia elevadíssimos. Agora para marcar é preciso que a bola lhe chegue em boas condições. Se conseguirem isso, acreditem que não vai falhar".
Quanto a Ronaldo ser o dono dos livres diretos e do fraco rácio de aproveitamento (1.5% de sucesso), Leonel Pontes é claro: "É o melhor jogador do mundo. Não vejo motivos para mudar isso".